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Morreu Sampaio. Partidos realçam “sentido de Estado” e legado do antigo Presidente

10 set, 2021 - 11:32 • Marta Grosso com redação e Lusa

Da esquerda à direita, os vários partidos políticos reagem à morte de Jorge Sampaio, nesta sexta-feira, aos 81 anos.

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Um homem com “sentido de Estado”, construtor de “pontes” e uma figura marcante da democracia portuguesa, assim é descrito Jorge Sampaio nas várias reações partidárias à sua morte, neste dia 10 de setembro de 2021.

Maioria dos partidos suspendeu por hoje as ações de pré-campanha para as autárquicas.

PS fala em “intérprete notável da solidariedade sem fronteiras”

“Portugal e o mundo despedem-se hoje de um intérprete notável da solidariedade sem fronteiras e sem barreiras”, lê-se na nota de pesar do Partido Socialista.

O comunicado, divulgado no site do partido, faz um resumo da vida e obra do antigo Presidente da República desde a “contestação estudantil ao regime ditatorial que desencadeou a crise académica de 1962” ao ano de 2015, quando foi galardoado com o “Prémio Nelson Mandela, na primeira vez na história das Nações Unidas que o prémio foi atribuído”.

Termina citando palavras de Jorge Sampaio aos lisboetas: “é altura de deixar um aceno de eterna saudade”.

Rui Rio destaca “sentido de Estado” de Sampaio

O líder do PSD destaca o sentido de Estado do ex-Presidente da República Jorge Sampaio e faz “um balanço excecionalmente positivo daquilo que foi a vida pública” do antigo chefe de Estado.

“Foi um Presidente da República com sentido de Estado, com sentido da responsabilidade e que geria muito bem a proximidade e a distância. Conseguia fazer muito bem esse equilíbrio”, afirmou aos jornalistas em Porto de Mós, distrito de Leiria, onde participa numa ação de pré-campanha para as eleições autárquicas. O partido suspendeu, entretanto, o programa previsto para esta sexta-feira.


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Faço um balanço excecionalmente positivo daquilo que foi a vida pública do Dr. Jorge Sampaio, um trajeto coerente ao longo de toda a vida.
PCP recorda percurso “democrático e de resistência ao fascismo”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apresentou "sinceras condolências" ao PS e à família do antigo Presidente da República Jorge Sampaio, enaltecendo as "elevadas responsabilidades políticas" que desempenhou e a luta contra a ditadura.

"A Jorge Sampaio deve ser reconhecido o seu percurso democrático e de resistência ao fascismo, na qual releva, em particular, o papel desempenhado nos tribunais plenários nos anos da ditadura de numerosos antifascistas", disse o líder comunista aos jornalistas, em Coruche.

Jerónimo de Sousa enalteceu também as "elevadas responsabilidades políticas" que Sampaio desempenhou, nomeadamente o cargo de secretário-geral do PS, o de presidente da Câmara de Lisboa, pela coligação 'Por Lisboa' com o PCP.

Antes, o PCP já tinha referido, em comunicado, que Jorge Sampaio tem de "ser reconhecido" pelo percurso "democrático e de resistência ao fascismo".

“A Jorge Sampaio deve ser reconhecido o percurso democrático e de resistência ao fascismo, no qual releva o papel desempenhado na defesa nos tribunais plenários, nos anos da ditadura, de numerosos antifascistas”, refere o partido em comunicado.

O PCP recorda o trajeto político no pós-25 de Abril, nomeadamente através do desempenho das funções de secretário-geral do PS, de Presidente da República e de presidente da Câmara de Lisboa, “cargo que exerceu entre 1990 e 1995 no quadro da coligação 'Por Lisboa', em que o PCP exerceu relevante papel”.

Os comunistas já expressaram à “família e ao PS as suas condolências”.

Líder do PAN enaltece "legado histórico"

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, lamenta a morte de Jorge Sampaio e salienta que o antigo Presidente da República "deixa um legado histórico". Enaltece ainda a sua “forma de fazer política”.

“É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Jorge Sampaio”, escreveu na sua conta de Twitter a líder do partido Pessoas Animais Natureza.

“A toda a sua família e amigos expresso as nossas sentidas condolências nesta hora de dor”, finaliza Inês Sousa Real na mensagem.

BE enaltece “figura central da democracia” que fez “pontes à esquerda”

Catarina Martins lamenta a morte de Jorge Sampaio, "figura central da democracia", que "soube fazer pontes à esquerda" e que lutou sempre por um Portugal "aberto, cosmopolita, solidário e defensor dos direitos humanos".

“Foi líder da revolta estudantil de 62, advogado de presos políticos, teve uma participação ativa no 25 de Abril e depois da revolução soube fazer pontes à esquerda que permitiram projetos novos para o país, que o levaram às vitórias na Câmara de Lisboa e como Presidente da República”, sublinhou.

Sampaio “foi, até ao último dos seus dias, um lutador por esta ideia de um Portugal aberto, cosmopolita, solidário, defensor dos direitos humanos”, destacou ainda a coordenadora do BE, numa declaração aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.

Catarina Martins transmitiu ainda as “mais sentidas condolências à família de Jorge Sampaio, aos seus amigos, a quem lhe era mais próximo e ao Partido Socialista”. O BE suspendeu as ações de campanha previstas para esta sexta-feira.

CDS lembra “papel importante” de Sampaio

Apesar das divergências políticas, Francisco Rodrigues dos Santos lembra que Jorge Sampaio desempenhou um papel muito importante em várias frentes.

“Desempenhou na libertação de Timor-Leste, na defesa dos oceanos, na proteção dos refugiados e também a entrega que teve à causa pública e o serviço que prestou a Portugal, na defesa das suas ideias”, afirma o líder do CDS.


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Apesar das divergências conhecidas por todos, não posso deixar de lamentar a sua morte e endereçar ao Partido Socialista e à sua família as mais sinceras condolências

Francisco Rodrigues dos Santos decidiu suspender a campanha autárquica até segunda-feira.

Iniciativa Liberal evoca “participante ativo na política antes e depois do 25 de Abril”

A Iniciativa Liberal manifesta o seu pesar pela morte de Jorge Sampaio, um "participante ativo na política portuguesa antes e depois do 25 de Abril" e enaltece a sua defesa dos direitos humanos.

Numa breve nota, João Cotrim Figueiredo descreve ainda o antigo Presidente da República como o “titular do mais alto cargo da Nação e defensor dos Direitos Humanos ao nível internacional”.

A Iniciativa Liberal endereçou as suas condolências à família enlutada.

Chega salienta papel de "relevante protagonista" do regime democrático

O Chega reconhece o “papel de relevante protagonista” de Jorge Sampaio no regime democrático português, apesar de considerar que o “pensamento político” do estadista está “nos antípodas” do partido.

“Muitas das suas decisões políticas revoltaram a direita e o centro-direita, mas reconhece-se o seu papel de relevante protagonista do regime democrático português”, lê-se no comunicado divulgado pelo partido.

O Chega envia “sentidas condolências e sentimentos” à família e amigos de Jorge Sampaio, assim como ao PS, e informa que irá suspender, durante o dia de hoje, "todos os atos de campanha autárquica que ainda seja possível cancelar”.

Numa curta declaração vídeo, André Ventura refere ainda que Jorge Sampaio “teve um papel relevante no regime democrático português das últimas décadas", dando o exemplo da independência de Timor-Leste.

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