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Vera Jardim e Jorge Sampaio, uma amizade que “começou no primeiro dia de aulas"

10 set, 2021 - 16:48 • Redação

Jorge Sampaio deixa “testemunho de cidadania, amizade, respeito pelas opiniões dos outros, de procurar os consensos possíveis", afirma Vera Jardim.

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O antigo ministro da Justiça José Vera Jardim lamenta a morte do “grande amigo” Jorge Sampaio, o antigo Presidente da República que deixa um “testemunho de cidadania”.

Em declarações à Renascença, Vera Jardim recorda uma amizade que começou nos bancos da Universidade de Lisboa.

“Começou no primeiro dia de aulas da Faculdade de Direito. Ficámos na mesma turma e conhecemo-nos logo nos primeiros dias.”

Vera Jardim e Jorge Sampaio tornaram-se a amigos e fundaram mais tarde um escritório de advogados, numa ligação que se estendeu também à atividade política e ao Partido Socialista.

“Depois de formados acabámos por criar um escritório de advogados em conjunto e guardo a memória de um grande amigo, de um homem muito cordato, muito respeitador das opiniões dos outros”, recorda o antigo ministro e deputado.

Na hora da despedida de Jorge Sampaio, Vera Jardim diz que o antigo Presidente da República deixa um “testemunho de cidadania, de amizade, de respeito pelas opiniões dos outros, de procurar os consensos possíveis, que é hoje um património deixa ao país e que deve ser uma lição para todos nós”.


Jorge Sampaio. Da luta política à defesa dos direitos humanos
Jorge Sampaio. Da luta política à defesa dos direitos humanos

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.

Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).

Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Durante o seu segundo mandato, em 2003, organizou a primeira reunião do "Grupo de Arraiolos", constituído por chefes de Estado da UE sem funções executivas.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.

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