18 set, 2021 - 15:14 • Lusa
"Aquilo que vemos é que, genuinamente, as pessoas querem mudança, genuinamente as pessoas vêm ter comigo por essa mudança e sentem que estão cansadas desta governação de tantos anos, esta governação socialista de Fernando Medina", afirmou o cabeça de lista da coligação "Novos Tempos" à Câmara de Lisboa, após uma visita ao Mercado de Alvalade e um percurso pelas ruas adjacentes.
Nesse local, uma hora depois, foi também escolhido para a campanha de Fernando Medina, cabeça de lista da coligação PS/Livre à Câmara de Lisboa e atual presidente do executivo municipal. Carlos Moedas não se cruzou com o seu principal adversário, mas antecipou: "continuaria, se o visse e se me cruzasse com ele, a escrutinar o caso do Mercado de Alvalade, que ainda esta semana, com as chuvas que aconteceram, inundou".
"Isso é o escrutínio que devíamos fazer, porque um presidente de câmara é alguém que deve estar perto das pessoas, e penso que Fernando Medina nunca esteve perto das pessoas, não ouviu as pessoas", referiu o candidato Carlos Moedas, em declarações aos jornalistas.
Com o apoio de Ferreira Leite, numa comitiva com cerca de meia centena de pessoas, com as bandeiras laranjas do PSD e azuis do CDS-PP a juntarem-se às brancas da coligação "Novos Tempos", o candidato à presidência da Câmara de Lisboa falou com comerciantes e moradores de Alvalade e ouviu várias palavras de apoio, desde "isto é um homem como deve ser" a "vamos votar no Carlos Moedas".
A fazer compras no Mercado de Alvalade, o casal Célia Pinto e António Pedrinho, ambos na casa dos 60 anos, manifestaram o apoio à candidatura de Carlos Moedas, mas aconselharam que "é preciso mais alguma garra", apesar de compreenderem que: "este homem tem o seu feito, é assim, é a forma de estar dele".
"Tenho um bom feitio", respondeu o cabeça de lista da coligação "Novos Tempos", que pretende trazer para Lisboa uma maneira diferente de fazer política, com "mais transparência".
Manuela Ferreira Leite entrou na conversa para defender o perfil de Carlos Moedas, dando como exemplo o socialista "Jorge Sampaio, que tinha, exatamente, um perfil discreto, não era combatido".
Entre os eleitores indecisos em quem votar, a lisboeta Isabel Cabral, de 61 anos, confidenciou: "estou indecisa, porque ainda o conheço mal".
"Não se vai arrepender", assegurou o candidato Carlos Moedas.
Aos jornalistas, o social-democrata frisou a importância de conquistar o eleitorado indeciso, porque as sondagens revelam que "há muitas pessoas que estão indecisas", podendo fazer a diferença: "é importante dizer-lhes que se estão indecisos é porque no fundo querem mudança e se querem mudança tem um candidato que pode trazer essa mudança e esse candidato sou eu".
Comerciante no mercado, Nuno Sampaio, de 43 anos, transmitiu preocupações de que, "além de o mercado, organicamente, não estar a funcionar bem, as cargas fiscais dificultam muito as operações".
"É por isso que queremos fazer diferente", indicou o social-democrata Carlos Moedas, apontando como prioridade "devolver aos lisboetas os impostos que eles pagam, que pagam muitos impostos".
Questionado sobre as queixas do atual presidente do PSD, Rui Rio, sobre o uso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como instrumento de campanha eleitoral por parte do PS, inclusive do primeiro-ministro, António Costa, o social-democrata Carlos Moedas partilhou da mesma ideia e reforçou que "esta bazuca europeia é de todos os portugueses, não é do PS".