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OE2022. Rui Rio alerta para "aumento brutal de impostos" se Governo ceder a BE e PCP

21 set, 2021 - 18:08 • Lusa

Rui Rio fez questão de explicar que, se avançar o englobamento obrigatório de rendimentos, passará a aplicar-se às poupanças e às rendas recebidas pelos proprietários "Aquela que for a sua taxa de IRS".

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O presidente do PSD alertou esta terça-feira que, se o Governo ceder às pretensões de BE e PCP, haverá "um aumento brutal de impostos" sobre as poupanças e para todos os portugueses que têm casas no mercado de arrendamento.

O jornal Eco noticiou que, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo está a negociar com os partidos à esquerda o englobamento obrigatório de rendimentos no IRS, o que poderá significar um agravamento fiscal para muitos proprietários.

"Se o PS e o Governo cederem a isso estamos a dar mais um passo totalmente errado no sentido que a economia precisa", criticou Rui Rio, em declarações aos jornalistas, no final de uma iniciativa de campanha autárquica na Póvoa de Varzim.

A confirmar-se esta notícia, afirmou Rio, será de "extrema gravidade" e o PSD apresentará uma proposta em sentido contrário no próximo Orçamento do Estado.

"O orçamento entrando, e se isso estiver lá, não tenha dúvida. É estruturante no nosso discurso em termos de política económica em Portugal, temos de incentivar a poupança e não o consumo", defendeu, dizendo que, "se fosse primeiro-ministro", tentaria baixar as taxas liberatórias - que se aplicam a quem recebe rendas ou às poupanças bancárias, por exemplo - para o mínimo valor possível.

Rui Rio fez questão de explicar que, se avançar o englobamento obrigatório de rendimentos, passará a aplicar-se às poupanças e às rendas recebidas pelos proprietários "Aquela que for a sua taxa de IRS".

"Quer isto dizer que, se acabarem as taxas liberatórias, as pessoas que têm casas arrendadas vão ter um aumento de imposto brutal, a mesma coisa para quem tiver títulos de poupança", afirmou.

Para o líder do PSD, num país em que a taxa de poupança já é "muito baixa" e devendo ser esse o motor do investimento, "o Governo está a ir no sentido rigorosamente contrário ao que deve ser feito".

"Na prática, o Governo diz que não vale a pena poupar porque vamos taxar mais fortemente a poupança", afirmou.

Rui Rio admitiu que, no seu programa, o PS já tinha "umas linhas" sobre o tema, mas "na prática" nunca aceitou o englobamento obrigatório, temendo que desta vez a medida avance.

"Como nós sabemos, o Governo faz o braço de ferro, mas depois na hora cede para que o orçamento seja aprovado", anteviu.

Questionado se esta notícia leva o PSD a antecipar, desde já, o voto contra no próximo Orçamento, Rio respondeu negativamente.

"Não vou anunciar porque o Orçamento ainda não existe, mas se a lógica for de montar um orçamento do Governo PS com fortíssima influência do PCP e do BE, não vejo como possamos votar a favor", admitiu.

Com o vice-presidente da bancada do PSD especialista em Orçamento, Afonso Oliveira, ao lado, foi Rui Rio quem fez questão de introduzir o tema no último ponto do seu dia de campanha autárquica.

Na Póvoa de Varzim, uma câmara do PSD, Rio repetiu o modelo habitual de entrar nas várias lojas e cumprimentar os comerciantes locais, numa arruada em passo acelerado e que fugiu à opção de visitar sobretudo concelhos liderados pelo PS.

"Este é um concelho de perfil diferente, um concelho onde claramente o PSD tem maioria e trabalho desenvolvido há muitos anos, nada está ganho por antecipação, é preciso as pessoas votarem", apelou.

Algumas dezenas de pessoas acompanharam Rio e o presidente da Câmara e recandidato Aires Pereira, que elegeu no último sufrágio autárquico sete elementos, a que se juntam dois eleitos dos PS.

Além desta candidatura do PSD, também João Trocado, pelo PS, Jorge Machado, da CDU, Sónia Vieira, pelo Chega, Ricardo Zamith, pela Iniciativa Liberal e Filipa Afonseca, pelo Bloco de Esquerda, se apresentaram como candidatos à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.

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