22 set, 2021 - 16:17
O presidente do PSD disse esta quarta-feira ter "um feeling" na vitória de Carlos Moedas no próximo domingo, e acusou as empresas de sondagens ou de serem "compradas" ou de fazerem de "qualquer maneira", classificando-as como "uma vigarice.
Num almoço de campanha de Lisboa, no Parque Mayer, onde esteve também o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, Rui Rio revelou que tem analisado as sondagens para as eleições alemãs, que se realizam também no domingo, notando que em todas "há um padrão" e apresentam resultados semelhantes entre si.
"Aqui numa semana dão mais 20% ao candidato A, na seguinte mais 7% ao candidato B. Isto, desculpem-me o termo, é uma vigarice, algumas sondagens são encomendadas, tudo bem, mas mesmo as que não são encomendadas compare-se como o que vi na Alemanha", disse. "Aqui é de qualquer maneira, por um lado, e as outras são compradas", acusou.
"Quem vai ganhar? Não sabemos, o meu feeling é que ganha o Carlos Moedas e é isso que temos de continuar a fazer até dia 26 de setembro", acrescentou.
Num almoço com personalidades da cultura e da ciência, Rio lembrou as dificuldades que teve quando foi autarca do Porto, e considerou que "a tarefa de Carlos Moedas será exigente", mas considerou que o antigo comissário europeu tem "o perfil ideal" para a tarefa.
Na capital do país, o líder do PSD repetiu o discurso contra o excessivo centralismo que fez no interior.
"Lisboa tem cometido um erro: tem confundido crescimento com desenvolvimento, aqui em Lisboa há uma preocupação enorme com crescimento, quando o crescimento a dada altura atrasa o próprio desenvolvimento", disse, considerando que a qualidade de vida na capital "é inferior pelo excesso da centralização".
"Quando eu era presidente da Câmara do Porto e tinha de vir a Lisboa, muitas vezes eu entrava aqui e já nessa altura dizia: se eu fosse presidente da Câmara de Lisboa nem sabia por onde começar", disse, afirmando que não se pode "continuar a perder mais tempo em mais do mesmo".
O líder do PSD defendeu que a mudança "tem de ser extensiva ao país", porque, apesar de se tratar de eleições locais, "o resultado autárquico dará maior ou menor impulso à política nacional", voltando a criticar o Governo por, segundo notícias publicadas, estar a negociar com PCP e BE para "acabar com as taxas liberatórias".
"Temos um Governo que vê capitalistas em todo o lado e tem de taxar de qualquer maneira, está a fazer exatamente o contrário do que deve ser feito", reiterou, deixando de um aviso.
"Se não mudarmos de vida, é uma questão de tempos e vamos acabar por estar em situações parecidas com as que estivemos no passado", alertou, numa alusão aos tempos da "troika".
Na sua intervenção, Carlos Moedas assegurou estar pronto para essa mudança pedida por Rio e deixou um compromisso na área da cultura se for eleito presidente da Câmara de Lisboa.
"Os políticos não devem escolher os projetos que são financiados, essas escolhas vão ser escolhas técnicas, não vou trabalhar para uns ou para outros, vou trabalhar para os melhores", assegurou, dizendo que não vai "pagar subsídios" a troco de integrarem a sua comissão de honra.
Moedas revelou ter recebido um telefonema de apoio durante o almoço do ator Ruy de Carvalho, lamentando não poder estar presente, e assegurou que vai ouvir sempre "os homens e mulheres da cultura e os cientistas" antes de tomar decisões nestas áreas.
"A primeira viagem que fiz a Lisboa foi para conhecer o parque Mayer e o meu pai disse-me que a cultura era o mais importante, porque a cultura são as nossas emoções", afirmo, assegurando que essa área estará ao centro do seu projeto para Lisboa.
Nesta que foi a primeira vez que os presidentes de PSD e CDS-PP estiveram junto no período de campanha oficial para as eleições autárquicas de domingo, da área da cultura estiveram artistas plásticos, poetas, o produtor Vasco Morgado, além de atores como João de Carvalho, Carlos Cunha, Paula Marcelo ou Rosa Vila.
Além de Carlos Moedas(coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), concorrem à presidência da Câmara de Lisboa o atual presidente Fernando Medina (coligação PS/Livre), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).