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Brilhante Dias "deve pedir desculpas", mas "não podemos crucificar as pessoas", defende Francisco Assis

23 set, 2021 - 18:52 • Pedro Mesquita , André Rodrigues

Antigo eurodeputado socialista acredita que o secretário de Estado para a Internacionalização estará “em grande sofrimento" com a declaração em que disse que Portugal ganhou com a pandemia. "Conheço-o há anos. Essas declarações não têm nada a ver com a personalidade dele”, assegura Assis.

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FASSIS

O presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, considera que as declarações do secretário de Estado para a Internacionalização são “incompreensíveis e de uma infelicidade absoluta”.

Em causa, a frase em que Eurico Brilhante diz que o país "ganhou com a Covid-19", em termos económicos, depois de ter enfrentado a pandemia "com bastante êxito".

Na declaração, esta quinta-feira em Paris, Brilhante Dias admitiu que a declaração "talvez não seja politicamente correta", pelo facto de muitas pessoas terem morrido da doença, mas argumentou que “Portugal mostrou ser um país muito organizado, que enfrentou uma realidade muito disruptiva com sucesso".

Em entrevista à Renascença, o socialista Francisco Assis acredita que o secretário de Estado para a Internacionalização estará “absolutamente arrependido” com as suas declarações e “está num grande sofrimento por as ter proferido e pelas interpretações que, inevitavelmente, delas se fizerem”.

A pessoa para além das declarações

Em defesa de Eurico Brilhante Dias, o antigo eurodeputado socialista diz ser necessário evitar julgamentos precipitados, apesar de terem sido “declarações inadmissíveis”.

“Não podemos crucificar em absoluto as pessoas, conheço-o há muitos anos. Essas declarações não têm nada a ver com a personalidade dele”, acrescenta Francisco Assis, que diz conhecer bem a personalidade do secretário de Estado para a Internacionalização: “para além das declarações está a pessoa, uma pessoa com preocupação genuína e respeito pelos outros. Portanto só posso olhar para isso como um momento infeliz”.

Para pôr fim à polémica, Francisco Assis aconselha Eurico Brilhante Dias a “explicar ao país o que se passou, deve pedir desculpa aos familiares das vítimas, mas há que estabelecer uma diferença entre as declarações que ele produziu e a personalidade que ele é”.
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