23 set, 2021 - 17:17 • Pedro Mesquita , Henrique Cunha , com Redação
As Ordens dos Enfermeiros e dos Médicos pedem a demissão do secretário de Estado da Internacionalização. Eurico Brilhante Dias disse, esta quinta-feira, que Portugal "ganhou com a Covid-19" em termos económicos, depois de ter enfrentado a pandemia "com bastante êxito".
Ouvida pela Renascença, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, considera que Portugal "não ganhou nem nunca vai ganhar com a Covid-19".
"Morreram pessoas. Não tem condições para exercer o cargo. É uma falta de respeito para com as famílias das vítimas", defende Ana Rita Cavaco.
Da mesma opinião, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, afirmou, à Renascença, que as declarações de Eurico Brilhante Dias são "um desrespeito para milhares de pessoas que morreram por Covid-19".
"Esta é uma frase infeliz de um secretário de Estado. Dificilmente tem condições para se manter no cargo", apontou o bastonário da Ordem dos Médicos.
Já o líder da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, disse, à Renascença, estar "estupefacto pela falta de noção e pela falta de amor à verdade".
Eurico Brilhante Dias explicou que, "evidentemente(...)
Apesar de considerar a análise do secretário de Estado "desumana", o líder partidário preferiu não especificar se defende uma demissão de Eurico Brilhante Dias.
Já o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, garante que o impacto da pandemia na economia nacional "não trouxe ganhos ao país".
Num breve comentário às declarações do secretario de Estado da Modernização, Luís Miguel Ribeiro afirma que os números revelam "fortes impactos negativos que vão continuar a ter reflexos nos próximos tempos".
O presidente da AEP garante que "Portugal foi dos países mais afetados pela pandemia e foi o país que teve uma das recessões mais profundas".
Luís Miguel Ribeiro só consegue fazer uma interpretação das palavras do secretário de Estado da Internacionalização: "o que é que nós ganhamos com a pandemia? A única situação, ou única interpretação que eu consigo fazer disso, é a imagem pública de Portugal e da forma como os portugueses se comportaram e reagiram a este grande desafio".
Noutro plano, o presidente da Associação Empresarial de Portugal recebe sem surpresa o anunciado alivio de restrições no âmbito da pandemia de Covid-19, que entram em vigor a 1 de outubro.
Luís Miguel Ribeiro lembra, contudo, a necessidade de se apoiar muitas empresas que "no período da pandemia estiveram se portas fechadas".