24 set, 2021 - 17:39 • Susana Madureira Martins
Sensivelmente a meio da tradicional arruada pelo Chiado, em Lisboa, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, foi a eito e disparou críticas à esquerda e à direita.
Esta sexta-feira, no último dia de campanha autárquica, nem o parceiro PCP ficou de fora das críticas de Costa na sequência daquilo que foi o bate boca sobre o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) durante toda a campanha.
"Eu acho que os outros partidos desistiram de dar execução ao PRR. Eu às vezes só imagino a tragédia que seria para os municípios liderados pelo PCP e pelo PSD se eles estivessem no Governo, porque a desvalorização que fazem do PRR é completamente absurda", afirmou António Costa.
O primeiro-ministro acrescentou, ainda, que o PRR é "fundamental para a economia do país", apontando alguns exemplos.
"Para a população de Loures não é fundamental termos uma extensão de metro ligeiro de Odivelas até Loures? Não é fundamental para todo o Alto Alentejo haver a barragem do Pisão? Não é fundamental para todas as empresas termos quase cinco mil milhões de euros para a capitalização e modernização das empresas, para a ligação com o sistema científico e tecnológico?", disse.
Questionado sobre se esta é a última campanha como líder socialista, Costa riu-se e afastou fantasmas.
"A minha última campanha? Naaah, ainda temos muitas campanhas pela frente", garantiu.
Já no final da Rua Augusta a colar com o Terreiro do Paço, o candidato Fernando Medina avisou contra o que dizem as sondagens e que ninguém acene com o fantasma da maioria absoluta como certa.
"Não há nenhuma eleição ganha à partida. Muitas vezes já aconteceu acharmos que uma campanha vem num sentido, sentirmos a confiança, vermos as sondagens dizer uma coisa, mas a verdade é esta: nenhuma sondagem vota e não vale a pena acenarem com o papão de que há maiorias absolutas na calha", avisou o presidente da Câmara de Lisboa que se recandidata-se a um novo mandato.
Na última arruada socialista em Lisboa, além de Costa estiveram ministros como Eduardo Cabrita (da Administração Interna) ou Nelson de Souza (do Planeamento), e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares Duarte Cordeiro.