27 set, 2021 - 04:52 • Lusa
O sociólogo Sérgio Aires tornou-se esta segunda-feira no primeiro vereador do Bloco de Esquerda na Câmara do Porto, uma eleição que saudou, lembrando que isso fez com que Rui Moreira perdesse a maioria absoluta.
Aires saudou Rui Moreira "pela sua vitória" e sublinhou "o problema que persiste da abstenção", mas exaltou sobretudo a sua eleição e ter contribuído para a perda da maioria absoluta do autarca reeleito.
"Isso não é de somenos importância porque seguramente se deve ao Bloco de Esquerda. É também o fim do reinado do rei Moreira e da sua Via Verde no executivo municipal. Queria dizer a Rui Moreira uma coisa importante, que afinal o improvável acontece", atirou.
O candidato falava na sede de campanha bloquista no Porto, na Galeria Geraldes da Silva, perante cerca de duas dezenas de apoiantes, que esperaram largas horas até verem confirmada a entrada no executivo municipal.
Esse lugar de vereação garante "que finalmente haverá oposição na Câmara do Porto, e uma oposição consequente", e elencou desde logo algumas bandeiras para os próximos quatro anos, da possibilidade de "uma outra economia na cidade", o "combate à pobreza e às desigualdades", "mais transparência" e maior participação cidadã.
O candidato dedicou ainda a vitória a João Teixeira Lopes, que em 2017 "não foi eleito por muito pouco", além de João Semedo, que tinha começado essa campanha.
Após o discurso, à Lusa, confirmou este como um "dia histórico para o Bloco de Esquerda no Porto", que além do vereador elege também três deputados na Assembleia Municipal, o mesmo de 2017, e nove em assembleias de freguesia, mais um que nas autárquicas transatas.
A perda de maioria de Moreira deixa em aberto "a configuração do executivo municipal", no qual estará "muito distante qualquer possibilidade de colaboração" com os vencedores das eleições.
"A nossa expectativa é que haja uma oposição a sério [da esquerda], se não houver mais nenhuma pelo menos a nossa", acrescentou.
De acordo com os resultados finais, o Bloco de Esquerda regista 6,25% dos votos, atrás de Rui Moreira (40,72%), do PS (18,02%), do PSD (17,25%) e da CDU (7,51%).
O independente reeleito consegue seis mandatos, contra três do Partido Socialista, dois do PSD, um da CDU e do recém-entrado partido no executivo municipal.