06 out, 2021 - 15:04 • Lusa
O líder do Chega afirmou nesta quarta-feira que o próximo Orçamento do Estado não vai ter "nenhuma redução fiscal" e considerou que o documento vai "no mau caminho". Não quis, contudo, antecipar o voto contra.
"Os sinais que tivemos são preocupantes, assim como preocupantes são a falta de soluções que o Governo se prepara para apresentar", afirmou André Ventura no final da reunião com o Governo para conhecer as linhas gerais do Orçamento para 2022.
Ventura afirmou que o Governo não pretende reduzir nem os impostos sobre combustíveis, nem sobre a restauração, mas admite "em alguns casos" o englobamento de rendimentos prediais.
"Sobre os rendimentos prediais, o Governo garantiu que não haverá englobamento geral obrigatório, mas não que não haverá em alguns casos", disse, alertando que haverá em 2022 "alguns rendimentos prediais mais penalizados".
Neste ano, o emprego deverá atingir "níveis pré-pa(...)
Questionado se, perante estes sinais, o Chega irá votar contra o documento (como votou em todos os anteriores do atual Governo), André Ventura não quis adiantar já o sentido de voto antes de conhecer o documento, mas deixou subentendido.
"Não sei como os outros partidos neste momento podem estar a pensar viabilizar este Orçamento do Estado. Não antevejo um bom futuro para este Orçamento", disse.
O deputado único do Chega criticou ainda o anunciado aumento da progressividade do IRS, considerando que "vai penalizar a classe média", e a insistência num "modelo de financiamento público, com prejuízo para as empresas e famílias".
O líder do Chega contestou, por outro lado, que ainda não seja conhecido o grau de execução do Orçamento do Estado para 2021, dizendo que o Governo o desconhece, nem "quantos meios vão ser usados no combate à corrupção".
"O Orçamento que vamos ter vai manter a carga fiscal enorme sobre Portugal, lamentou, considerando que o documento "vai no mau caminho".
Cecília Meireles esteve reunida com o ministro das(...)
Em reuniões na Assembleia da República, o ministro das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, recebem nesta quarta-feira os partidos "ao abrigo do Estatuto do Direito de Oposição" nas habituais reuniões que antecedem a entrega da proposta do executivo, que dará entrada no parlamento no dia 11 de outubro.
O PSD, o BE, o PCP, o CDS-PP, o PAN, o PEV, o Chega e a Iniciativa Liberal estão a ser recebidos durante a manhã. Para a tarde, pelas 16:30, estão marcados os encontros com as duas deputadas não inscritas, Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira.
A votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022 está marcada para 27 de outubro e a votação final global do documento agendada para 25 de novembro.