13 out, 2021 - 21:03 • José Pedro Frazão , com redação
O ex-candidato à liderança do PSD Miguel Pinto Luz vai apoiar Paulo Rangel se o eurodeputado quiser avançar contra Rui Rio na corrida ao cargo de presidente do partido.
“Se Paulo Rangel, na sua liberdade individual, tomar essa decisão eu não escondo que estarei ao seu lado nessa caminhada, mas cabe a Paulo Rangel tomar essa decisão”, afirma Miguel Pinto Luz, em declarações ao programa Casa Comum da Renascença.
Miguel Pinto Luz lembra que ele próprio, mas também Luís Montenegro, decidiram não repetir uma candidatura contra Rui Rio, abrindo caminho a uma outra figura e a “novos protagonistas”.
Para o vice-presidente da Câmara de Cascais, a direção de Rui Rio não consegue fazer uma oposição clara ao PS.
“Eu penso que o PSD precisa de mudar, porque não faz oposição clara ao Partido Socialista. É uma oposição absolutamente passiva. Não se percebe uma linha de rumo. Eu não consigo vislumbrar uma ideia clara, chave, uma grande bandeira do PSD.”
No plano interno do PSD, Pinto Luz defende que o partido tem que mudar para uma liderança que agregue as diversas tendências internas.
"Se o Orçamento do Estado não passar, o PSD é apan(...)
“O PSD sempre foi grande quando teve líderes capazes de congregar as diferentes tendências. Rui Rio é um líder de fação, sectário, que de alguma forma tem esta visão maniqueísta dos bons e dos maus: ‘quem tem uma opinião diferente está contra mim e é um obstáculo à minha liderança’”, acusa.
Questionado se é tempo de Rui Rio ser substituído na liderança do PSD, Miguel Pinto Luz não tem dúvidas.
“Eu acho que é tempo de mudar, é tempo de o PSD se afirmar como um partido grande da democracia portuguesa, de ter uma visão cosmopolita, global, com visão do mundo e da Europa, com vontade de congregar as diversas tendências no PSD e fazer uma oposição firme, presente e responsável a este Partido Socialista”, afirma o social-democrata na véspera do Conselho Nacional do PSD, marcado para quinta-feira.
A direção do PSD propôs esta quarta-feira que as eleições diretas para escolher o presidente do partido se realizem em 4 de dezembro, com eventual segunda volta uma semana depois, dia 11, e o Congresso entre 14 e 16 de janeiro.
Mas pouco depois, o líder do PSD, Rui Rio, apelou ao Conselho Nacional que congele uma decisão sobre as datas para depois da aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2022, uma vez que há a possibilidade de eleições legislativas antecipadas.
"Se o Orçamento do Estado não passar, como pode acontecer pelas notícias que estamos a ver, o PSD é apanhado em plenas diretas, com um congresso a realizar em janeiro ou fevereiro e completamente impossibilitado de disputar umas eleições legislativas taco a taco”, argumenta Rui Rio.