13 out, 2021 - 19:39 • Ricardo Vieira
Rui Rio defende que uma decisão sobre as datas das diretas e do congresso no PSD só deve ser tomada depois da votação da proposta de Orçamento do Estado para 2022, que pode estar em causa perante a ameaça de chumbo do PCP e do BE.
“O PSD e o Conselho Nacional deviam ponderar muito bem se devem marcar as eleições diretas e o congresso para estas datas ou se o Conselho não deve antes não marcar as eleições e adiar para um novo Conselho Nacional, a reunir depois da votação do Orçamento do Estado”, disse esta quarta-feira o presidente do partido.
"Se o Orçamento do Estado não passar, como pode acontecer pelas notícias que estamos a ver, o PSD é apanhado em plenas diretas, com um congresso a realizar em janeiro ou fevereiro e completamente impossibilitado de disputar umas eleições legislativas taco a taco”, afirma Rui Rio.
O presidente do PSD considera que adiar uma decisão sobre as datas das diretas e do congresso é uma atitude no melhor interesse do partido e do país.
Portugal "não deve parar seis meses no pior moment(...)
“Há um facto político muito importante, que é em parte do interesse do PSD, mas também de Portugal. Se tivermos eleições legislativas os portugueses querem um PSD em condições de combater o PS e fazer umas eleições perfeitamente normais, coisa que não acontecerá e será muito difícil se o Conselho Nacional não ponderar isso”, apela o líder social-democrata.
A tomada de posição de Rui Rio foi conhecida pouco depois de a direção do PSD ter proposto que as eleições diretas para escolher o presidente do partido se realizem em 4 de dezembro, com eventual segunda volta uma semana depois, dia 11, e o Congresso entre 14 e 16 de janeiro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, admitiu esta quarta-feira que, se o Orçamento for chumbado, haverá lugar a eleições legislativas antecipadas.
O Partido Comunista e o Bloco de Esquerda dizem que, tal como está, chumbam a proposta de Orçamento apresentada pelo Governo.
Questionado pelos jornalistas se tem abertura para negociar com o Governo, Rui Rio disse que a culpa de uma eventual crise política será da esquerda e que o PSD foi excluído das negociações pelo primeiro-ministro, António Costa.
“O chefe do Governo foi o primeiro a dizer, há um ano e tal, que as negociações eram todas à esquerda e que no dia em que precisasse de um voto do PSD para passar o Orçamento o Governo dele acabava. Portanto, nós não temos hipótese nenhuma de resolver nada”, declarou Rui Rio.
O líder do PSD sente-se reforçado depois do resultado nas eleições autárquicas e está disponível para ir a eleições legislativas. "Se amanhã houver eleições quem é o candidato?", concluiu.