18 out, 2021 - 22:51 • Lusa
O líder parlamentar do PCP defendeu esta segunda-feira que se o Governo quiser ver o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) aprovado “tem de dar alguma sequência” às propostas apresentadas pelos comunistas para resolver os problemas do país.
“Se o Governo quiser, efetivamente, ter Orçamento, tem de dar alguma sequência às questões que nós colocámos, tem de dar resposta, mas uma resposta concreta, com medidas de avanço”, sustentou o dirigente comunista, em entrevista ao programa Polígrafo SIC, transmitida na noite desta segunda-feira.
João Oliveira acrescentou que o PCP “não tomou nenhuma decisão ainda relativamente à votação” do OE2022.
“Fizemos uma avaliação daquilo que é hoje o nosso posicionamento, não apenas face à proposta que o Governo entregou na Assembleia da República, mas também face a uma resposta mais global que é preciso dar aos problemas do país”, completou.
Questionado sobre um eventual cenário de crise política decorrente do 'chumbo' do Orçamento do Estado, o líder da bancada comunista referiu várias vezes que o partido não está a pensar em eleições legislativa antecipadas, considerando que agora “é o momento de construir” soluções para resolver os problemas socioeconómicos de Portugal.
Cinco propostas são alterações ao Código do Trabal(...)
Interpelado sobre se ainda há tempo para construir as soluções aos problemas identificados pelo PCP, João Oliveira colocou o ónus no Governo.
“A discussão que se vai fazer nos dias 26 e 27 [de outubro] na Assembleia da República é uma discussão que tem de ter já clarificada qual é a perspetiva que pode sair daquele Orçamento e na resposta global aos problemas do país, como é que esse Orçamento se encaixa nela”, elaborou.
O PCP sabe, prosseguiu o líder parlamentar comunista, que as propostas que apresentou não são “questões momentâneas, que de um dia para o outro se possam resolver”, mas da parte do Governo, insistiu várias vezes ao longo da entrevista, houve sempre “resistência”.
O também membro do Comité Central comunista disse ainda não ser possível fazer uma comparação com a viabilização de orçamentos anteriores, já que o PCP faz uma análise de acordo com o contexto em que os documentos apresentados estão inseridos.
Em 2021, explicou, o quadro era o da pandemia, mas este ano o cenário é outro, acrescentando, no entanto, que o executivo socialista “ainda tem tempo, ainda tem espaço para dar resposta” aos problemas do país.