19 out, 2021 - 13:53
O primeiro-ministro baixa a tensão na discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022). António Costa espera que a "discussão aberta" com a esquerda permita viabilizar o documento, mas avisa que "sem contas certas não há futuro".
O chefe do Governo, que falava no final da cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes, diz sentir espírito construtivo nos parceiros à esquerda com quem está a discutir o OE2022.
António Costa diz que, se assim for, vai ser conseguido um bom Orçamento e promete analisar com atenção e de forma aberta as propostas desde que as contas sejam certas.
“Estamos a fazer essa discussão aberta. Eu tenho sentido – e não tenho razão para pensar o contrário – que todos têm um espírito construtivo e vamos analisar”, disse o primeiro-ministro.
OE2022
Em declarações à SIC e à RTP, no Palácio da Cidade(...)
“Eu acho que se todos tivermos um espírito construtivo, tal como temos vindo a fazer desde 2016, continuaremos a disponibilizar a Portugal e aos portugueses um bom Orçamento, ajustado a estes tempos, que nos permita a recuperação económica, a melhoria dos rendimentos das famílias, melhores serviços públicos e contas certas, o que é absolutamente fundamental, porque sem contas certas não há futuro para ninguém”, declarou António Costa.
As reuniões sobre o Orçamento vão continuar. O primeiro-ministro vai reunir-se esta terça-feira com o Bloco de Esquerda e com o Partido Comunista.
Em declarações aos jornalistas, a líder do PAN, Inês Sousa Real, dá conta de abertura para negociar com o Governo e avisa que os próximos dias vão ser decisivos.
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“O avanço que neste momento podemos dizer que existe é no sentido de haver abertura ao diálogo, haver também uma disponibilidade para que se consiga encontrar pontos de convergência, mas são momentos muito trabalhosos e complexos”, disse Inês Sousa Real.
“Neste momento, há medidas em que o Governo mostrou abertura, mas já o tinha feito aquando dos escalões de IRS ou de medidas de combate à pobreza, como o projeto Housing First, de programas de habitação, de transportes públicos… Havia já uma sinalização, que para o PAN era insuficiente. Esperamos que o Governo seja mais ambicioso e que acolha mais medidas do PAN no Orçamento do Estado, caso ele venha a ser viabilizado. Para isso, estes dias vão ser fundamentais. Vamos ter reuniões setoriais e depois uma reunião com o senhor primeiro-ministro”, sublinhou a líder do PAN.