22 out, 2021 - 11:59 • José Pedro Frazão
O vice-presidente do PSD critica os conselheiros nacionais do partido por não terem dado “nem relevo nem importância” à probabilidade de uma crise política por via do possível chumbo do Orçamento do Estado para 2022. Convidado do programa Casa Comum da Renascença, o antigo ministro avisa que o PSD não estará sem líder durante este processo, apesar do processo interno que levará às diretas de 4 de dezembro. A data foi reconfirmada depois do Conselho Nacional ter rejeitado a proposta de adiamento das eleições internas apresentada pela direção de Rui Rio.
“O mandato de Rui Rio vai até 12 de fevereiro. E mesmo que houvesse um atraso de um mês, de forma a clarificar a situação relacionada com o Orçamento do Estado, esse mandato seria cumprido e não excedido. Todos os elementos que têm vindo a público já depois do Conselho Nacional permitem pelo menos dizer que a probabilidade de haver uma situação crítica na sociedade portuguesa é mais elevada do que há um mês ou há uma semana”, avisa David Justino no debate desta semana com o socialista José Luis Carneiro. O Orçamento do Estado para 2022 será votado na generalidade no próximo dia 27 de outubro, seguido de um mês de debate na especialidade com votações a 19 de novembro. O plenário da Assembleia da República reúne-se no dia 25 de novembro para a votação final global.
Questionado sobre um possível adiamento das diretas em caso de queda do Governo, David Justino responde com incertezas que dependem de calendários da discussão orçamental.
“Temos que saber se o chumbo do Orçamento do Estado será na generalidade ou na votação final global, pois há um mês entre uma data e outra. Depois era necessário saber a posição do Presidente da República em relação aos calendários para convocar eventuais eleições. Mas estamos a trabalhar em cenários com mais ou menos probabilidade. O que não pode acontecer é responsáveis e dirigente do PSD ignorarem que existe esse risco real”, diz Justino horas antes de ser conhecida a recandidatura de Rui Rio.
O vice-presidente do PSD diz-se “disponível, interessado e empenhado em fazer reeleger Rui Rio” mas sobre o seu futuro na direção do PSD prefere deixar tudo em aberto. “Até ao final do mandato, manter-me-ei na direção. No futuro não sei”, afirma David Justino que contesta a ideia de que apenas Paulo Rangel tem figuras conhecidas entre os seus apoiantes.
“Também temos notáveis. Não vão pensar quer todos os notáveis estão todos do lado do Paulo Rangel. Quando Rui Rio apresentar publicamente a sua candidatura, conhecer-se-ão quem são os apoios de que dispõe”, remata.
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