26 out, 2021 - 15:53
Rui Rio atacou fortemente António Costa, esta terça-feira, durante o debate sobre o Orçamento do Estado, acusando-o de ter traído a herança ideológica de Mário Soares e de se ter colocado nas mãos do PCP e do Bloco de Esquerda.
O líder do PSD diz que o país está numa “fase de profunda instabilidade política. Porque o orçamento provavelmente não vai passar”, mas mesmo que passasse dificilmente se recuperaria a geringonça que permitiu ao PS governar nos últimos seis anos.
“O senhor primeiro-ministro, para tentar passar o orçamento vai ter de pescar à linha, mudando o isco no anzol consoante o peixe que quer pescar. Naturalmente isto em nada dá estabilidade ao país”, disse Rui Rio, acrescentando que “se a geringonça no ano passado estava coxa, hoje está sentada numa cadeira de rodas à espera que alguém a empurre, e ninguém a quer empurrar.”
O pecado mortal de António Costa, diz Rui Rio, foi de ter ultrapassado a “linha vermelha” de Mário Soares.
“Em 2015 quis acantonar-se à esquerda e meter-se nas mãos do PCP e do BE. Mário Soares percebeu que nunca podia ficar nas mãos do PCP e António Costa inverteu toda a lógica de Mário Soares e mais agravou quando disse que não precisaria dos votos do PSD porque se eles existissem demitia-se de imediato.”
O resultado dessa traição, considera, é mais pobreza. “Depois de seis orçamentos aprovados à esquerda, o resultado Portugal na cauda da Europa. Fomos ultrapassados por países da antiga União Soviética, pobres, que estão na União Europeia há pouco tempo. Salário médio da União Europeia, o nosso é o penúltimo, todos nos ultrapassaram, só a Bulgária está atrás de nós. É o resultado desta política desde 2015.”
Ainda por cima, diz Rio, Costa “viveu num tempo de conjuntura favorável. Com este dinheiro todo chamou o PCP e o BE, distribuiu o que era preciso para aprovar o orçamento e o resultado é este.”
O Orçamento do Estado é debatido esta terça e quarta-feira e vai a votação no final do dia de quarta. Neste momento tudo indica que o documento será chumbado, levando a eleições antecipadas.