27 out, 2021 - 18:36 • Daniela Espírito Santo
A proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) foi chumbada esta quarta-feira na Assembleia da República. Momento histórico, ou não fosse esta a primeira vez que tal acontece desde a Revolução dos Cravos.
Antes, porém, os diferentes partidos com assento parlamentar fizeram valer as suas posições durante um aceso debate, de onde surgiram algumas frases que, certamente, perdurarão no tempo. Eis algumas das citações que mais deram que falar, dentro e fora do hemiciclo.
"Tudo faremos para obter um acordo, mas não o faremos a qualquer preço".
"Enquanto houver estrada p'ra andar, a gente vai continuar", disse, citando uma canção de Jorge Palma, que viria a repetir no discurso final.
"Eu não me demito", reafirmou na terça-feira, em resposta a Rui Rio.
"Estou aqui com a serenidade e liberdade de quem está de consciência tranquila".
"O governo sai desta votação de consciência tranquila e cabeça erguida", disse António Costa, à saída do hemiciclo. "Cá estaremos para fazer o que resultar da decisão do senhor Presidente da República: governar por duodécimos ou ir para eleições".
"Senhor deputado João Oliveira, Avante camaradas, juntai a vossa à nossa voz".
"É o Orçamento mais à esquerda que este Governo já apresentou".
"Vim de longe, de muito longe, o que eu andei para aqui chegar. Eu vou p'ra longe, p'ra muito longe, onde nos vamos encontrar, com o que temos p'ra nos dar", exclamou, citando José Mário Branco.
"Não há encenação, não há vontade de crise, há um Governo que vem aqui de cara lavada dizer o que pode fazer e o que vai continuar a fazer pelos portugueses."
"O senhor primeiro-ministro, para tentar passar o orçamento vai ter de pescar à linha, mudando o isco no anzol consoante o peixe que quer pescar".
"Estamos a pagar os erros políticos de um PS radicalizado, que ultrapassou as linhas vermelhas que o seu fundador Mário Soares sempre traçou".
"A Madeira não está à venda", disse, à margem do debate.
Depois da votação final, e aos jornalistas, reiterou: "O primeiro-ministro devia ter-se demitido"
"Não vejo outra solução que não eleições antecipadas".
"Solução é rápida, se o Presidente quiser".
"Pouco falta para a Geringonça chegar ao seu estado de rigor mortis. Paz à sua alma. A geringonça era uma aliança contranatura e morre hoje aqui".
"Esta proposta de Orçamento confirma que o Governo perdeu a ambição de liderar e está preso num pântano".
"Em primeiro lugar, está a Madeira", disse o líder do PSD Madeira, em reação ao que se passava no Parlamento.
"Os interesses partidários não podem estar acima dos interesses do país e da vida das pessoas".
"Fazer oposição não é só votar contra, é saber trabalhar em conjunto nas melhores soluções para o país".
Chumbar o Orçamento é contribuir para "estender a passadeira vermelha à ascensão do populismo antidemocrático no nosso país".
"Se não tiver um orçamento aprovado, é porque não quer", disse Catarina Martins, dirigindo-se ao primeiro ministro, António Costa, no início do debate.
"O Governo passou dois dias a repetir que este é o Orçamento mais à esquerda de sempre. É uma frase tão oca que até a direita a repetiu e não resiste aos factos".
"A geringonça foi morta pela obsessão pela maioria absoluta".
"Não se pode pedir ao PCP que abandone os trabalhadores à sua sorte. Continuaremos do lado certo da luta".
"Não há futuro para um país com baixos salários".
"Governo escondeu atrás das contas certas para adiar as soluções necessárias".
"A teimosia levou Portugal à ingovernabilidade".
"Na hipótese remota de o Orçamento ser aprovado amanhã, é certo que a Geringonça já morreu. Paz à sua alma".
"A única coisa em que este Governo é bom é na propaganda".
"Portugal tem que desinstalar o socialismo".
"O Chega não vai dormir e aqui estaremos para resistir e continuar a lutar, para que aquelas parangonas de 'fascismo nunca mais' e 'direita nunca mais', sejam em Portugal substituídas pelo que interessa, que é 'socialismo nunca mais'".