02 nov, 2021 - 22:56 • Lusa
O presidente do CDS-PP defendeu esta terça-feira que o partido está "preparado para ir a votos sozinho" nas eleições legislativas e indicou que ainda não falou com o líder do PSD, Rui Rio, sobre uma possível coligação.
"O CDS estará preparado para ir a votos sozinho se for o caso", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos em entrevista à RTP3, salientando que "não é uma questão de vida ou de morte" o CDS apresentar-se a eleições legislativas em coligação ou não.
Questionado se já abordou com Rui Rio o tema de uma possível coligação pré-eleitoral, o líder do CDS-PP respondeu negativamente.
Sobre este tema, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que "os dois partidos juntos muitas vezes são maiores do que a soma das partes e permitem ganhar eleições à esquerda, quando separados muitas vezes isso não acontece", uma vez que o método de distribuição de mandatos, o método de Hondt, "favorece os grandes números, os somatórios de voto, e hoje em dia decide-se quem governa pelo número de mandatos na Assembleia da República".
"E juntos acho que os dois partidos conseguem chegar mais perto da maioria absoluta para poder governar", considerou.
CDS
O líder centrista destacou que este ano o partido (...)
No entanto, salientou que "uma coligação só fará sentido se for assente num programa" e se "o CDS tiver bandeiras para levar para esse programa que vinque a sua marca no quadro da governação".
Portanto, "tudo depende dos termos, das condições e do programa", indicou o presidente democrata-cristão.
O líder referiu também que "essa é uma questão que também tem de ficar resolvida e só pode ficar resolvida se for discutida", alertando que "o partido se estiver a debater-se internamente por um congresso não pode definir uma política de coligações".
Francisco Rodrigues dos Santos afirmou ainda que "ficaria satisfeito" de chegar ao Governo, apontando que "só falta levar a marca do CDS ao governo de Portugal", uma vez que o partido integra executivos em coligação com o PSD na Madeira, nos Açores e em cerca de 50 câmaras.
O presidente do CDS considerou ainda estar mandatado pelos militantes para decidir sobre coligações, mas apontou que é uma decisão que tem de ser "ratificada sempre em Conselho Nacional", o órgão máximo do partido entre congressos.
Os líderes de PSD e CDS-PP tiveram um encontro anunciado na semana passada, em Aveiro, que se destinava a "discutir a atual situação política, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado", mas acabou por ser adiado.