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​PS defende que eleições a 16 de janeiro permitem debates entre todos os candidatos

04 nov, 2021 - 07:27 • José Pedro Frazão

José Luis Carneiro recusa a ideia de que a data proposta pelos socialistas impeça na prática a realização de debates para as legislativas. No programa "Casa Comum", o social-democrata Pedro Duarte defende legislativas em Fevereiro e lembra que a substituição do governo de Guterres pelo de Durão Barroso, ocorrida em eleições há 20 anos, foi um processo que demorou três meses.

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PS defende que eleições a 16 de janeiro permitem debates entre todos os candidatos

O secretário-Geral Adjunto do Partido Socialista acredita que é possível organizar todos os debates necessários para as eleições legislativas caso sejam realizadas a 16 de Janeiro. Esta foi a data proposta ao Presidente da República pelos socialistas numa delegação onde esteve José Luis Carneiro que, no programa Casa Comum, da Renascença, considera que a data não impede "de forma alguma" a realização de debates.

" [A data de 16 de janeiro] permite [ debates] porque as listas terão que ser apresentadas até Novembro, depois temos todo um mês e logo no princípio de Janeiro podemos realizar todos os debates entre todos os candidatos nas rádios e nas televisões", afirma o deputado do Partido Socialista.

José Luis Carneiro sustenta que "esta vai ser certamente uma campanha diferente de todas as outras", argumentando com o facto de as eleições resultarem da interrupção da legislatura "como não há memoria no país, pelo chumbo de um Orçamento de um Governo em exercício de funções".

Já o social-democrata Pedro Duarte pensa que o melhor será realizar as eleições em meados de Fevereiro, alargando mais o tempo entre a dissolução do Parlamento e o acto eleitoral.

O antigo deputado do PSD recua 20 anos para encontrar uma situação em que houve tempo para organizar a campanha e permitir a eleição de um líder politico em directas durante esse processo.

"Temos um precedente interessante. Julgo que o único [caso] comparável em democracia aconteceu há cerca de 20 anos quando o engenheiro Guterres decidiu pedir a sua demissão. Precisamente porque havia também um período de Natal e Ano Novo pelo meio, esperou-se cerca de três meses entre o momento do anúncio da dissolução e a data das eleições. Parece-me razoável que algures no início de Fevereiro seja um bom momento para a partir daí podermos ter eleições", propõe o antigo director da primeira campanha presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.

Em 2001, o então Primeiro-Ministro António Guterres demitiu-se a 17 de dezembro. As eleições realizaram-se 3 meses depois, a 17 de março, dando a vitória ao PSD, partido que estava na oposição com a liderança de Durão Barroso.

Pelo meio, o PS realizou eleições directas para a liderança do partido, um mês após a demissão do Governo, elegendo Ferro Rodrigues como sucessor de Guterres.

No quadro actual, o PS propôs a data de 16 de janeiro e Rui Rio foi a Belém na qualidade de líder do PSD em defesa de eleições que não realizem depois dessa data. Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, sugere eleições a 20 ou 27 de fevereiro.

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