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Francisco Rodrigues dos Santos defende que a sua legitimidade para as legislativas "não é contada por dias"

06 nov, 2021 - 00:20 • Lusa

Rodrigues dos Santos salientou que o adiamento do congresso foi aprovado pelo Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, e pediu que a decisão seja respeitada.

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O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, defendeu esta sexta-feira que a sua legitimidade para liderar o partido nas eleições legislativas "não é contada por dias" e afirmou que o adiamento do congresso é "completamente irreversível".

"A legitimidade não é contada por dias. Se eu tenho legitimidade até 20 de dezembro para fazer o programa, apresentar protagonistas e fechar listas, porque diabo eu não terei legitimidade para apresentar o partido em urnas para executar a minha estratégia, o meu programa e apoiar os meus candidatos?", afirmou, sobre o facto de o seu mandato terminar poucos dias antes das eleições legislativas.

Em entrevista à SIC Notícias, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que "até novo congresso o líder está sempre legitimado", indicando que líderes anteriores, como Paulo Portas, também "protelaram os seus mandatos".

O presidente do CDS-PP reiterou a justificação dada pela porta-voz do partido na quinta-feira - após o Presidente da República ter anunciado ao país a marcação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro - de que o congresso em novembro não daria tempo para preparar o programa, as listas de deputados e até uma eventual coligação.

E frisou que "é completamente irreversível" o adiamento do congresso, apontando que "de acordo com as regras do partido não é possível" a reunião magna se realize no prazo que o seu opositor, Nuno Melo, quer, ou seja, ainda antes das legislativas.

Se na altura, quando propôs a antecipação do congresso de janeiro para novembro, "disse que era necessário ganhar tempo para preparar as eleições legislativas", agora "ainda há uma necessidade mais premente e mais urgente de focar o partido", justificou.

Rodrigues dos Santos salientou que o adiamento do congresso foi aprovado pelo Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, e pediu que a decisão seja respeitada.

Na entrevista, o presidente centrista foi também questionado sobre o anúncio da deputada Cecília Meireles, no seu espaço de comentário na TSF, de que vai deixar o parlamento no final do mandato e também cargos partidários, apontando que quer "virar uma página e começar uma vida nova".

"A deputada Cecília Meireles só não continuará como deputada se assim não quiser, porque terá obviamente lugar nas listas enquanto eu for presidente do partido", salientou o presidente do CDS-PP.

O líder democrata-cristão afirmou que Cecília Meireles é "atualmente a melhor deputada do CDS" e considerou que "a maior prova de confiança pessoal e política" no seu trabalho foi "nunca lhe ter pedido para abandonar" o parlamento para lhe ceder o lugar, uma vez que a centrista foi cabeça de lista no Porto nas últimas eleições legislativas e Rodrigues dos Santos número dois.

Apontando críticas ao seu opositor na corrida à liderança, acusou Nuno Melo de provocar uma "escalda de agressão verbal" e um "ambiente tumultuoso, que impede o partido de falar para fora" e também de querer fazer "um assalto ao poder".

Francisco Rodrigues dos Santos recusou ainda ter medo de ir a votos internamente, mostrando-se convicto de que seria reeleito.

Sobre uma eventual coligação com o PSD, o presidente do CDS considerou que os dois partidos "estão em condições" de o fazer "se essa for a vontade das duas direções", mas garantiu não ter "receio rigorosamente nenhum de CDS ir sozinho a eleições".

O líder recusou também um mau resultado nas legislativas e advogou que o "CDS é partido com vocação de poder e de governo".

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