14 nov, 2021 - 08:29
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou os que "anunciam a morte do partido", convidando-os a olhar para os 400 jovens que hoje se concentraram em Matosinhos numa ação da Juventude Comunista.
"É raro o dia em que nos meios de comunicação social dominante não surjam comentadores, analistas, alguns jornalistas, a anunciar o declínio irreversível do PCP, quando não a sua morte", começou por dizer o dirigente comunista, perante 400 apoiantes num jantar na Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos.
Respaldado pelo entusiasmo da assistência, continuou o raciocínio, para usar da ironia, quando afirmou que se esses críticos tivessem assistido à marcha dos jovens que percorreu as ruas de Matosinhos e participado no convívio que se seguiu, pensariam: "Querem ver que morro antes do PCP?".
Esta declaração fez o lançamento de um discurso dirigido aos jovens e também ao Governo do PS, reiterando os motivos que levaram ao voto contra comunista no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
Jerónimo de Sousa começou por falar nas escolas "com problemas de condições materiais, com instalações degradadas, mal climatizadas, agora que começa o frio, com falta de professores e de funcionários", situações "há muito" denunciadas pelo PCP e para as quais os comunistas "apresentaram propostas e exigem soluções".
Falou também das "empresas e locais de trabalho pelo alastrar da precariedade que se tornou a regra, pelos baixos salários, pelos horários desregulados, pelo degradar das condições de trabalho", e nas "dificuldades crescentes no acesso à habitação, na ausência de perspetivas para quem quer fazer e fruir a cultura, para quem quer praticar desporto, na quase impossibilidade de fazer face às despesas de constituir família e ter uma vida autónoma".
Denunciou também a "participação democrática que deveria ser cultivada desde as mais tenras idades", afirmando que todos os dias "chegam relatos de estudantes do ensino secundário a braços com dificuldades para promoverem as reuniões gerais de alunos a que têm direito, para realizarem eleições para as associações de estudantes ou mesmo com perseguições porque promovem abaixo-assinados, manifestações ou greves", tal como acontece com "jovens trabalhadores, perseguidos por aceitarem ser eleitos como delegados ou dirigentes sindicais".
Problemas, assinalou, "que não encontraram respostas na ação dos sucessivos governos, e que o Governo do PS optou também por ignorar".
Depois falou sobre o OE2022 para dar resposta aos jovens e a "tantas outras pessoas" que "poderão questionar-se sobre as consequências para cada uma destas medidas" do voto contra comunista.
"Já afirmámos por diversas vezes que votámos contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022, por não estarem contidos os compromissos e os sinais de que se iriam garantir as respostas, no Orçamento e para lá dele, aos problemas que a epidemia veio tornar mais evidentes", respondeu o líder comunista.