17 nov, 2021 - 16:52 • Marta Grosso
André Ventura anunciou, nesta quarta-feira, o fim do apoio ao Governo Regional dos Açores, liderado pelo PSD.
“Rui Rio deixou claro que abdicará de governar caso tenha de se entender com o Chega e disse ser incompatível o seu apoio. É insustentável que um partido com entendimentos pontuais, regionais ou autárquicos, possa continuar a sustentar esses apoios depois destas palavras de um líder nacional”, afirmou o presidente do Chega, na Assembleia da República.
“Um líder que diz que é incompatível o apoio do Chega não pode pedir o apoio do Chega nem ao nível regional, nem autárquico nem local”, sustentou.
Na opinião de André Ventura, “um líder que abdicará de governar se, confirmando-se as últimas sondagens, for o Chega a força necessária para uma maioria à direita é um líder que não merece a consideração do Chega e um partido que não merece qualquer apoio ao nível local, regional ou de outro âmbito por parte do Chega”.
“Por isso mesmo, a direção nacional do Chega e eu, como presidente eleito nas últimas eleições diretas, daremos instruções para cesse o apoio do Chega do Governo Regional dos Açores”, anunciou.
“As indicações que daremos são que o Chega deixe de suportar, já neste Orçamento, o Governo Regional dos Açores por não se ter comprometido nas lutas contra a corrupção, na diminuição do tamanho do Governo, na luta contra a subsidiodependência e, particularmente, ter enveredado por atitude nacional e regional de hostilização do Chega, do seu presidente, do seu programa e dos seus militantes”, concretizou André Ventura.
O presidente do Chega critica Rui Rio pelo “quadro de instabilidade” criado e por “semanas consistentes e contínuas de ataque ao programa do Chega, ao seu presidente e aos seus militantes”.
“O que basta, basta”, afirma. “Após avisos, denúncias e confrontações, Rui Rio optou por manter o nível de confronto, de humilhação e hostilização do Chega. Não é possível haver dois PSDs nem dois Chegas. Ou há linhas de uma plataforma de entendimento ou há linhas de absolutamente nada e o caminho a que chegámos é que há linhas de absolutamente nada”.
Assim, “o Chega retirar-se-á do Governo Regional dos Açores, do seu apoio do quadro parlamentar e faz o seu caminho para as legislativas de 2030 com a convicção plena de que nenhum acordo será possível alcançar com o PSD”.
Sublinhando que o Chega Açores é uma
estrutura autónoma, Ventura anunciou uma conferência de imprensa do deputado
açoriano, José Pacheco, para sexta-feira, que dará seguimento às palavras desta
quarta-feira do líder nacional.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados: 25 do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal e um do PAN.
PSD, CDS-PP e PPM, que representam 26 deputados na totalidade, assinaram um acordo de governação. Esta coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD um acordo de incidência parlamentar com a IL.