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Açores. José Manuel Bolieiro diz que não teme eleições antecipadas

19 nov, 2021 - 00:24 • Lusa

Presidente do Governo Regional dos Açores garante que tudo fez para garantir a estabilidade política e uma boa governação. "Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si”.

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O presidente do Governo açoriano alertou hoje que “as questões dos Açores resolvem-se nos Açores”, assegurando que fez tudo para “garantir a estabilidade política”, incluindo falar com o deputado regional do Chega para construir “um denominador comum”.

“Tudo fiz para garantir a estabilidade política e uma boa governação para os Açores. Caso não seja possível, o povo é sempre soberano e as eleições são o melhor instrumento para que a verdade do povo tome a opção que entender. Tenho a convicção de que fiz tudo. A partir daí, cada um fala por si”, disse o social-democrata José Manuel Bolieiro em Ponta Delgada.

O chefe do executivo açoriano falava a propósito do apelo do líder nacional do Chega para o seu deputado único retirar o apoio parlamentar ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), em véspera de debate e votação do Orçamento Regional.

Em declarações aos jornalistas após receber, em audiência, Paulo Rangel, candidato à liderança do PSD, Bolieiro frisou que “as questões dos Açores resolvem-se nos Açores” e revelou que tem falado com o deputado do Chega, José Pacheco, tendo feito o mesmo “com todos, relativamente às referências para a construção de um denominador comum, sólido e que beneficie o interesse dos Açores”.

“Não posso ir além falando pelos outros”, frisou, perante a insistência dos jornalistas sobre uma aparente confiança na viabilização do Orçamento Regional, que começa a ser debatido no parlamento açoriano na segunda-feira.

“Fizemos o que tínhamos a fazer. A minha expetativa é que, das conversações que tenho desenvolvido com todos, assegurar que se consigam rever com realismo, sem fantasia, na versão final [do Orçamento]”, justificou.

Bolieiro apontou ainda a “lealdade do diálogo” que tem mantido com os partidos, num “exercício de humildade democrática” para a confiança de que o Orçamento seja viabilizado.

“Entre a anteproposta [de Orçamento] e a proposta [entregue no parlamento regional] absorvemos todas as 'aportações' que foram possíveis, à luz da informação que tínhamos”, observou.

Tal, não invalida, disse, “outras conversações que possam, como é tradição, estar em análise no próprio debate parlamentar”.

“Há, no entanto, uma posição essencial: foi apresentado um documento que já aportou várias sugestões no sentido de ter um denominador comum à realidade das informações que tínhamos, para que haja um consenso”, disse.

Por outro lado, “pode haver sempre apreciação e debate em especialidade e outras propostas”.

“O trabalho que me competia fazer, na da defesa do interesse dos Açores e de auscultação – esse trabalho eu fiz”, vincou.

A Assembleia Legislativa Regional dos Açores é composta por 57 eleitos e a coligação de direita do Governo – que representa 26 deputados - precisa de mais três parlamentares para ter maioria absoluta.

A coligação assinou um acordo de incidência parlamentar com o Chega e o PSD com a Iniciativa Liberal.

O Chega elegeu dois deputados nas eleições legislativas de 2020, mas um deles – Carlos Furtado – passou a independente após ter perdido, em julho, a confiança política do líder nacional do partido.

O parlamento açoriano conta ainda com mais 28 deputados: 25 deputados do PS, que já anunciou o voto contra, dois do BE, que admitiu votar contra, e um do PAN, que aguarda validação da comissão política local para votar contra.

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