07 dez, 2021 - 07:00 • Manuela Pires
O PSD vai decidir esta terça-feira se avança para uma coligação pré-eleitoral com o CDS, que pode estender-se ao PPM.
A ideia já tinha sido tema de uma reunião da direção do partido e, nessa altura, a maioria dos presentes rejeitou, alegando que o PSD devia ir sozinho a votos no dia 30 de janeiro.
Três semanas depois, Rui Rio insiste e vai levar uma proposta para ser formalmente votada. Em entrevista à Renascença, dois dias antes das eleições diretas, o líder social-democrata Rio reconheceu que a sua proposta não foi bem aceite.
“Todos os que falaram foram maioritariamente a favor do PSD ir sozinho. Mas foi apenas uma conversa e vão ter de regressar para dar a palavra final”, referiu.
A decisão vai ser tomada primeiro na reunião da Comissão Política Nacional e, se for favorável, a proposta tem de passar pelo Conselho Nacional que está marcado para esta noite, em Évora.
Este fim de semana no congresso dos Autarcas Social Democratas, Rui Rio preferiu não dar a sua opinião sobre um entendimento pré-eleitoral mas reconheceu que uma coligação só pode incluir o CDS e o PPM.
Apesar de esta possível coligação ser construída apenas por partidos de direita, Rio continua a insistir que só se ganham eleições ao centro. “Se formos disputar agora o eleitorado do Chega, Iniciativa Liberal e CDS, estão ali meia dúzia de votos e não sei como é que assim se ganham eleições, e ainda por cima correndo o risco de perder votos ao centro”, sublinhou, perante os autarcas social democratas no passado sábado.
Rui Rio avisou, poucos dias de ter sido eleito para o terceiro mandato na liderança do PSD, que apenas têm lugar nas listas de candidatos a deputados aqueles que forem “leais e competentes”. “Ter alguém que é muito competente, mas é desleal não me serve para nada”, disse Rui Rio em entrevista à SIC.
Mas o tema promete gerar polémica no Conselho Nacional que vai aprovar as listas. A maior parte das distritais apoiou Paulo Rangel na corrida à liderança do partido e no momento de indicar os nomes, houve preferência por militantes que estiveram ao lado do eurodeputado e onde não constavam os nomes de pessoas mais próximas do líder. Exemplo disso é o caso de Ricardo Batista Leite que, desta vez, não foi indicado pela distrital de Lisboa e pode entrar na quota do líder do partido.
O eurodeputado, que conseguiu duas vitórias no conselho nacional antes das diretas, vai estar na reunião desta noite em Évora que vai aprovar as listas de deputados.
Na noite eleitoral, no discurso de derrota, Paulo Rangel apelou à unidade do partido.
“Em todos os momentos da vida do partido e especialmente agora em que estamos próximos de eleições legislativas que haja sinais claros de unidade e espero que é isso que vai acontecer” disse Paulo Rangel.