18 dez, 2021 - 17:58 • Lusa
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, afirmou hoje que o PSD espera que o PS "lhe dê a mão" para chegar ao poder, porque "anseia" por um bloco central para voltar ao ciclo das privatizações, começando pela saúde.
Em Guimarães, durante a apresentação dos candidatos do Bloco às legislativas pelo círculo de Braga, Catarina Martins acusou o PSD de não dizer nada sobre os problemas do país, como saúde, justiça, educação e salários, porque espera que o PS "lhe dê a mão para chegar ao poder".
"Esta direita que espera que o PS lhe dê a mão e que não diz nada sobre a saúde, ou o salário ou a educação, não pensem que é por não ter programa. Tem programa, sim. Quer voltar ao ciclo das privatizações e quer começar pela saúde e é por isso que anseia por um bloco central e é por isso que a esquerda tem de ter força nestas eleições", referiu.
Para a líder do Bloco, é por isso que o PSD "não diz nada" sobre os problemas do país.
Catarina Martins acusou o líder do PSD, Rui Rio, de na sexta-feira, na abertura do congresso do partido, ter apontado a necessidade de se mexer na justiça, mas sem apresentar "uma única proposta".
"Terão reparado como para o PSD "offshores´ ou "vistos gold´ é tudo para ficar na mesma", criticou.
Disse ainda que o PSD se lembra de Manuel Pinho mas se esquece "facilmente de Mexia ou Catroga, ex-ministros do PSD com quem Manuel Pinho, ex-ministro do PS, fez os seus negócios".
"Esquecem facilmente as privatizações, a promiscuidade, a porta giratória que, sim, é de bloco central e que é a privataria que assalta o nosso país", disse ainda Catarina Martins.
"Não nos enganemos. Pode o PSD dizer muito que quer mudar a justiça ou combater a corrupção. Não foi só no passado que teve as portas giratórias, foi neste mandato quando foi preciso votar e decidir que o PSD se juntou ao PS ara proteger os negócios do bloco central", apontou.
Na sua intervenção, Catarina Martins aludiu ainda ao facto de Manuel Pinho, em entrevista hoje publicada, dizer que perdeu uma fortuna por ser ministro.
"Esqueceu a fortuna que não pagou em impostos por usar offshores. Esqueceu a fortuna que impôs aos consumidores de luz como pagamento abusivo à EDP pelos negócios que fez enquanto era ministro", criticou.