20 dez, 2021 - 17:34 • Lusa
O dirigente socialista Duarte Cordeiro considerou hoje que a postura de Rui Rio no congresso do PSD fez lembrar “a direita de Passos Coelho”, tendo como "objetivo único" criar "alguma afinidade" com partidos como o Chega.
Falando aos jornalistas após entregar, no Palácio de Justiça, as listas de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo de Lisboa, Duarte Cordeiro foi questionado sobre o repto lançado por Rui Rio ao PS no 39.º Congresso do PSD, que decorreu este fim de semana em Santa Maria da Feira (Aveiro), para assumir se viabilizará um Governo social-democrata após as eleições legislativas de 30 de janeiro.
O presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, que é também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, deu o exemplo da formação do Governo Regional dos Açores, de coligação PSD-CDS-PPM e com acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal, para criticar a “enorme incoerência nas palavras de Rui Rio”, que “diz uma coisa e faz outra”.
“Se o doutor Rui Rio fosse coerente e não merecesse desconfiança aquilo que nos diz, quando tivemos as eleições dos Açores, nós verificámos uma coisa: quem ganhou as eleições foi o PS e, no entanto, não viabilizou um Governo do PS, o que fez foi construir uma coligação com o Chega”, lembrou.
Duarte Cordeiro reiterou que “há uma diferença grande” entre o que Rui Rio “diz que faz e aquilo que verdadeiramente faz”, considerando que o PS tem “todo o direito para desconfiar” do líder social-democrata, “porque quando teve a oportunidade para fazer aquilo que agora propôs, ele não fez isso, o que fez foi uma coligação com o Chega”.
Reagindo às decisões adotadas no 39.º Congresso do PSD, o também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares salientou que não ouviu “nenhuma proposta sobre nada aquilo que interessa para a vida dos portugueses”.
Duarte Cordeiro diz que o PS se apresenta às eleições legislativas para “dar continuidade ao exercício” que tem feito por Portugal, procurando “recuperar a economia”, “aumentar os salários médios” e “combater a pandemia”. O PS está “unido” e tem “um objetivo muito claro: ganhar as eleições legislativas”, sublinha.
“Queremos ganhar as eleições legislativas para criar um Governo estável para quatro anos para Portugal, eleger António Costa como primeiro-ministro e governar com objetivos muito claros: combater a pandemia, recuperar a economia, aumentar os salários médios das famílias portuguesas”, frisou.
Segundo o presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, as listas do PS para as eleições legislativas têm “rostos novos”, mas também “rostos que continuam”, relembrando que, nas eleições legislativas de 2019, o PS tinha feito uma “renovação”.
“Acima de tudo, propomo-nos dar continuidade ao exercício que temos feito por Portugal. Queremos estabilidade: nós não quisemos interromper este ciclo governativo, não fomos nós que chumbámos o Orçamento do Estado, nós queríamos aprovar um Orçamento do Estado”, referiu.
O também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares sustentou assim que o atual contexto pandémico mostra a “dificuldade” que é o país estar em “processo de eleições legislativas".
“Apresentamos rostos novos, rostos de continuidade, com uma equipa unida, pronta para criar um Governo novo de Portugal e eleger António Costa como primeiro-ministro”, referiu.
Na delegação do PS que se deslocou até ao Palácio de Justiça para entregar as listas pelo círculo de Lisboa, constavam, além de Duarte Cordeiro, o ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, e a deputada Isabel Moreira.
[notícia atualizada]