27 dez, 2021 - 20:20 • Lusa
O primeiro-ministro pede o voto de "metade mais um" dos eleitores que forem às urnas em 30 de janeiro, sem recorrer ao termo "maioria absoluta", e reitera que se demitirá se perder as eleições legislativas.
Entrevistado na CNN Portugal, António Costa foi questionado se a palavra "absoluta" queima e se o objetivo eleitoral é mesmo a maioria absoluta e respondeu sem hesitar, mas voltando a evitar a palavra "absoluta".
"Não é uma questão de queimar, maioria é maioria. O que é que é maioria? É metade mais um. Pronto, é isso, para mim é muito claro", respondeu o líder socialista e chefe do executivo à questão colocada pela jornalista Anabela Neves.
Confrontado com o "enterro" da solução de Governo à esquerda, designada por "geringonça", Costa rejeitou essa hipótese: "Não podemos, não devemos dizer que morreu de vez".
Costa reiterou, por outro lado, que abandonará o Governo se perder as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
"Se uma pessoa é primeiro-ministro durante seis anos, se durante seis anos os portugueses têm a oportunidade de acompanhar e avaliar o trabalho, e se ao fim de seis anos não dão confiança ao primeiro-ministro com uma vitória eleitoral, bom, isso é manifestamente um voto de desconfiança dos portugueses no primeiro-ministro e, então, aí eu tenho de tirar as devidas conclusões e demitir-me", assinalou.
Em entrevista à CNN Portugal, Costa acusa o líder (...)
António Costa afasta a possibilidade de negociações com Rui Rio para formar governo depois das eleições e admite que Pedro Nuno Santos pode chegar a líder do Partido Socialista.
O líder do executivo justificou em poucas palavras as razões que o levaram a não fazer uma remodelação do Governo e assegurou que se achasse que Eduardo Cabrita deveria ter saído do Ministério da Administração Interna mais cedo, teria mexido no executivo.
"Eu não acho que o país tenha algo a ganhar com mudanças sucessivas [no Governo] nem acho que se governe bem inventando bodes expiatórios para os problemas que existem. Um dos problemas que o país tem tido é haver em vários ministérios instabilidade permanente e eu orgulho-me bastante de ter tido um Governo bastante estável", sustentou.
O primeiro-ministro adiantou, aliás, que estava a pensar fazer uma remodelação no executivo após a aprovação do Orçamento de Estado, o que acabou por não acontecer.
"Tinha pensado que, depois de concluído o processo orçamental, deveria haver uma remodelação. Não houve aprovação do Orçamento, todo esse calendário se alterou", disse.