03 jan, 2022 - 19:52 • Tomás Anjinho Chagas Tomás Anjinho Chagas
Numa visita à Associação Solidariedade Imigrante, em Lisboa, o tom foi de pré-campanha. Catarina Martins reagiu às palavras de António Costa, que esta segunda-feira, no primeiro debate televisivo, voltou a pedir maioria para o PS, argumentando que o país não pode ficar na “dependência dos humores” da esquerda.
A líder do Bloco recusou essas críticas e apontou a mira às falhas no SNS: “O Serviço Nacional de Saúde como está, não pode continuar. E um PS com maioria absoluta para continuar a recusar uma reformulação no SNS, não pode continuar. ”
A coordenadora do partido pede precisamente o contrário do atual Primeiro-Ministro: “ A esquerda tem de sair reforçada, o Bloco de Esquerda tem de sair reforçado ”.
Apesar de uma grande parte das sondagens feitas até agora, colocar o Chega como o terceiro partido mais votado, Catarina Martins mantém a convicção de que o Bloco se vai manter como a terceira força política do país. “Eu sei que vai ser, porque Portugal é um país decente” .
Nesta visita a uma associação que apoia os migrantes em questões jurídicas, ou a encontrar emprego, por exemplo, Catarina Martins defendeu que os estrangeiros são fundamentais para a economia portuguesa, e também para a Europa.
Acompanhada por Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias, a coordenadora do partido dirigiu-se a uma plateia formada por pessoas de diversas nacionalidades.
Depois do debate frente a André Ventura, a líder do Bloco de Esquerda aproveitou para criticar as posições dos partidos que pertencem à extrema-direita em relação à imigração . Um migrante perguntou em francês: “ Porque é que a extrema-direita não gosta de nós ?”, e a coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou que se trata de uma postura própria de um movimento europeu.
A pandemia foi também um dos temas em destaque. Catarina Martins confirmou que o partido vai marcar presença na próxima reunião do INFARMED , e defendeu o regresso às aulas em formato presencial , que segundo a bloquista, é também a opinião da maior parte dos especialistas.
Em contagem decrescente para as eleições legislativas, a líder do partido revelou que, durante a campanha, o partido não vai organizar nem almoços, nem jantares-comício . “Temos uma política de rastreio permanente com testes. Não fazemos almoços nem jantares, e conseguimos estar juntos e ter a normalidade que este tempo permite”.
Catarina Martins destacou ainda o papel da vacina para que a campanha decorra com alguma liberdade.