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Legislativas 2022

Prisão perpétua? Rio diz "não", mas ressalva posição de Ventura. Catarina Martins lamenta normalização do discurso do Chega

05 jan, 2022 - 22:24 • Susana Madureira Martins

Líder do PSD considera que "a diferença entre um [regime] mitigado [de prisão perpétua] e o que temos em Portugal não é muito grande". Mas admite que precisava de mais tempo para detalhar a sua posição. Catarina Martins acusa Rui Rio de "tentar normalizar as coisas que diz a extrema-direita".

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Rui Rio garante que é contra a prisão perpétua. O tema regressou ao frente a frente desta quarta-feira à noite, na SIC Notícias, entre o líder do PSD e a coordenadora do Bloco de Esquerda, depois de ter sido suscitado no debate entre o líder social-democrata e o presidente do Chega, André Ventura.

"Sou contra a prisão perpétua, mas nesse debate ficou claro que aquilo que o dr. André Ventura defendeu não é exatamente a prisão perpétua, mas é o regime mais equilibrado que existe em muitos países da Europa", disse Rio, numa ressalva à posição de Ventura.

Questionado pela jornalista Clara de Sousa, para um sim ou um não, sobre a sua posição acerca da prisão perpétua, Rui Rio foi perentório: "Não, mas, se tivéssemos tempo, explicava-lhe porquê. A diferença entre um mitigado e o que temos em Portugal não é muito grande".

Na resposta, Catarina Martins declarou-se "preocupada" por, segundo diz, ver que o líder do PSD normaliza o discurso de André Ventura e a selvajaria da justiça.

"Eu confesso que fico preocupada com o que ouço do dr. Rui Rio, porque mais do que explicar porque é que a prisão perpétua é inaceitável, está a tentar normalizar as coisas que diz a extrema-direita", disse a coordenadora do Bloco de Esquerda nos minutos iniciais do frente a frente.

Catarina Martins insistiu, ainda, que "a prisão perpétua em Portugal não é permitida pela Constituição e por boas razões: não há prisão perpétua, não há castigos físicos, não há castração, porque Portugal não admite a selvajaria. Nós sabemos que justiça não é vingança e acreditamos que, cumprida a pena, deve haver reinserção. É assim que funciona Portugal. E isso é que é ser decente", remata a líder bloquista.

Noutro plano, Rui Rio defende o recurso aos privados e ao setor social na saúde.

O líder do PSD disse que, nesta altura, a prioridade não é atirar dinheiro para o SNS, mas complementar o público com o privado.

“Não se trata de o público ficar com os ossos e o privado com a carne, mas dar resposta ao que o estado não consegue dar”, aponta o social-democrata.

Na resposta, Catarina Martins do BE insistiu que “a solução não é mandar as pessoas para os privados, mas reforçar o SNS”.

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  • José J C Cruz Pinto
    06 jan, 2022 ÍLHAVO 10:22
    A outra novidade de Rui Rio foi já há alguns dias, quando ele justificou que o mal do "dito-cujo Partido Taliban" (sabem qual é, não sabem?) é que ele é instável *, ... por contraste - terá por certo querido dizer - com o PSD: Se ganhar as eleições sem maioria, pode não resistir a mais um acordo com o "dito-cujo" (pelo menos, as pressões internas serão mais que muitas, por parte dos mais que muitos "críticos") ou, quando muito, impor-se-á um príodo de nojo de um máximo de dois anos sem chatear; se não ganhar, os "críticos" não descansarão enquanto ele se não reformar, ... e depois valha-nos Santa Bárbara. É este o seu "modelo de estabilidade". [* apesar de ser a coisa mais previsível que existe,]
  • José J C Cruz Pinto
    06 jan, 2022 ÍLHAVO 08:37
    Tenho visto e ouvido os maiores idiotas às vezes dizerem coisas com sentido, mas ao Dr. Rui Rio - com o ar e os reais "pergaminhos" de pessoa culta e inteligente - ouvi que "é católico, mas não um crente". Alguém sabe o que ele é? Não? ... Pois nem ele!

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