04 jan, 2022 - 17:40 • Susana Madureira Martins
É mais um episódio no autêntico 'ping pong' de acusações entre as lideranças do PS e do PSD por causa da discussão em torno de um hipotético regresso da pena de prisão perpétua, tema atirado esta segunda-feira pelo líder do Chega, André Ventura, para o debate televisivo na SIC com Rui Rio.
Desta feita é José Silvano, o secretário-geral do PSD, a vir a terreiro defender o líder do partido, acusando António Costa de, na mensagem vídeo que divulgou esta terça-feira sobre o assunto, ter agido "numa clara tentativa de enganar os portugueses" ao colocar na "boca" de Rio o que este "nunca disse".
Rui Rio já tinha respondido na rede social Twitter à mensagem de Costa, em que o secretário-geral do PS o acusava de "conveniência ou necessidade eleitoral" por no debate ter dado uma resposta ambígua a Ventura sobre esta matéria, dizendo com ironia que "a continuar a deturpar desta forma o que digo, mais uma semana e o Dr. António Costa pode estar a acusar-me de defender que as mulheres devem andar de burca".
O secretário-geral do PS lembra "longa tradição hu(...)
Agora, o secretário-geral do PSD vem acusar Costa de "deturpar" as declarações de Rio, referindo mesmo que em ambiente de pré-campanha eleitoral "esta técnica de deturpação não contribui em nada para dignificar o debate político, não esclarece os portugueses", tirando a conclusão que "pode levar a uma campanha de desinformação, que certamente irá penalizar os partidos políticos e o país nas eleições de 30 de janeiro".
Silvano, em comunicado enviado às redações, deixa "um sério aviso à continuação deste tipo de prática política", frisando que "em política não pode valer tudo" e que considera que é "dever" do PSD "sensibilizar e apelar aos vários partidos e, em particular, ao Partido Socialista (e à empresa de marketing que o inspira), para que se mantenha a serenidade e se faça uma campanha séria".
No comunicado, Silvano pede ainda uma campanha "esclarecedora e em torno das ideias que cada um defende para o país, sobretudo numa altura delicada de crise económica, social e sanitária".