06 jan, 2022 - 21:56 • Susana Madureira Martins com Redação
O tema da corrupção, surgido já na reta final do debate, marcou o frente a frente entre o secretário-geral do PS, António Costa, e o presidente do Chega, André Ventura, na RTP, esta quinta-feira à noite.
O assunto foi abordado pelo líder do PS, que acusou o presidente do Chega de falar muito de corrupção, mas de ter falhado uma votação no parlamento sobre diplomas nesta área.
"No momento da verdade, em que há que votar, o senhor deputado não está. O senhor deputado fala, fala, fala, mas não faz”, acusou Costa.
A partir daqui, Ventura passou ao ataque, lembrando o processo que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates, e afirmando, ainda: “Em 2019, havia 15 autarcas arguidos por crimes económicos, 14 eram do PS. Ao contrário dos seus outros opositores, que brincam consigo, eu não: Oito governantes seus estão a braços com a justiça. Então vem aqui falar de corrupção?".
O líder do PS reagiu: "Para mim, não há filhos nem enteados e ninguém está acima da lei, seja socialista ou não seja socialista. Qualquer socialista que viole a lei tem de ser responsabilizado e é uma vergonha para o PS."
Costa lembrou também a condenação do líder do Chega pelo Supremo Tribunal de Justiça pelo caso dos insultos de cariz racista a uma família do Bairro da Jamaica.
"Comigo não passará" foi uma das frases que se ouviu mais da boca de António Costa, que começou por desafiar Ventura a dizer o que pensa sobre a vacinação e acusando o líder do Chega de pôr em causa este processo, porque os políticos “têm de dar o exemplo”.
André Ventura lamentou que o líder do PS e primeiro-ministro não se preocupe com os três milhões de cirurgias que foram deixadas por fazer por causa da Covid e esteja mais preocupado com a saúde do líder do Chega, garantindo que, após as dúvidas em ser vacinado, quer agora vacinar-se.
Num debate tenso, em que Costa assumiu que há um mundo que o separa de Ventura, o líder do PS passou ao ataque sobre as propostas fiscais do Chega, nomeadamente a que defende uma taxa única de IRS, com a quel “todos, banqueiros, enfermeiros, ou polícias” passariam a pagar a mesma percentagem de imposto.