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Legislativas 2022

Livre vs. CDS. Ideologia de género e impostos marcaram diferença em debate de opostos

11 jan, 2022 - 00:32 • Lusa

Frente a frente entre Rui Tavares e Francisco Rodrigues dos Santos resumiram-se a 25 minutos de divergências.

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O dirigente do Livre Rui Tavares acusou esta segunda-feira o CDS-PP de criar um “papão da ideologia de género”, enquanto o presidente dos democratas-cristãos considerou que o programa do Livre em matéria de fiscalidade vai “eutanasiar a economia”.

Durante um debate de cerca de 25 minutos em que não houve convergências, o presidente centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, referiu que, apesar de Rui Tavares estar muito empenhado na distribuição da riqueza, o programa eleitoral do Livre “é completamente contrário e avesso à criação de riqueza”.

Criticando uma das principais propostas do Livre, para a criação de um Rendimento Básico Incondicional, que considerou ser “um absurdo”, Rodrigues dos Santos disse que “o programa que o Livre apresenta é uma fábrica de impostos que procura eutanasiar” a economia portuguesa.

Na ótica do dirigente do CDS-PP, o fundamental “não é aumentar impostos, é criar condições para que a economia cresça, sobretudo no período pós-pandemia”, acusando o Livre de querer sobrecarregar ainda mais as empresas no plano fiscal.

Na resposta, Rui Tavares criticou que Rodrigues dos Santos diga que o programa do Livre é “pornografia fiscal” – expressão que utiliza recorrentemente - quando o programa eleitoral do CDS “não tem qualquer explicação do que pretende fazer”, nomeadamente, no que diz respeito à eliminação da multiplicidade das regras fiscais.

“No seu programa não diz quais taxas, nem quais regras, não diz quanto é que custa, não diz como é que compensa. Diz que quer descer impostos sobre cidadãos e empresas, mas não diz em nenhum momento nem como, nem quais impostos, nem com quais consequências”, sustentou o cabeça de lista do Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Sobre o alegado ensino nas escolas daquilo que o CDS-PP considera ser a “ideologia de género”, o historiador Rui Tavares vincou que o programa do CDS pretende “acabar com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)”, especulando que poderá ser por haver “alguma obsessão com a palavra 'género' estar lá”.

“Esta monomania, esta obsessão em querer criar uma guerra cultural e de inventar um papão da ideologia de género, acaba a fazer coisas que não são razoáveis, que não são sensatas, não são prudentes, e que, acima de tudo, punem vítimas que precisamos de proteger”, completou.

Rodrigues dos Santos considerou que tem de haver liberdade para as famílias escolherem os valores que querem ensinar aos filhos e que “não é o Estado que deve fazê-lo com conceções acerca do género e da sexualidade” com as quais algumas famílias poderão não concordar.

Reconhecendo que CIG tem “fins meritórios”, o presidente do CDS retorquiu que “se tornou, em muitas matérias, um veículo para a transmissão de ideologia de género do Estado”.

Francisco Rodrigues dos Santos também acusou Rui Tavares de, como historiador, querer “reescrever a História de Portugal” e de aderir ao “Joacinismo”, aludindo à deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, antiga deputada do Livre.

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