04 jan, 2022 - 14:20 • Tomás Anjinho Chagas
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, voltou, na primeira ação de pré-campanha do ano, a acusar António Costa de esconder mal o desejo da maioria absoluta.
“É um 'segredo de Polichinelo'. Primeiro uma maioria, depois uma maioria estável. Depois, metade mais um. Para depois afirmar que quer uma maioria absoluta. Sempre quis.”
Numa visita em que esteve reunido com trabalhadores dos CTT, em Lisboa, o líder dos comunistas acusou Costa de ambicionar a maioria absoluta para ter “mãos livres” e não ter de se comprometer em matérias como os as pensões, os salários, a educação ou mesmo a saúde.
As críticas surgem depois de António Costa ter defendido que o país não pode estar dependente dos “humores da esquerda”, no primeiro debate frente a Rui Tavares, do Livre. Jerónimo de Sousa não acredita que uma maioria seja benéfica para o país: “Num exercício de memória, se o fizermos, verificamos que as maiorias absolutas servem, muitas vezes, para não concretizar o que é fundamental."
Em vésperas de reunião de peritos no INFARMED, o secretário-geral do PCP foi ainda questionado sobre o tema que tem sido debatido esta semana: o regresso às aulas presenciais já na próxima segunda-feira, dia 10 de janeiro.
Jerónimo de Sousa diz que “qualquer medida restritiva deve ter fundamentos”, compreende que por causa do aumento de casos, a situação seja delicada. Mas acredita que o encerramento das escolas não é benéfico para ninguém. “Devíamos procurar um equilíbrio. Não fechem por mais tempo as crianças, que elas precisam da escola para voltar a uma vida normal”, defende o líder comunista.