13 jan, 2022 - 21:13 • Sofia Freitas Moreira
O líder do Partido Socialista garantiu, durante o debate frente a Rui Rio, que existe um consenso, "incluindo dos empresários, sobre a necessidade de aumentos salariais".
António Costa promete o cumprimento do aumento do salário mínimo para 900 euros em 2026. "Quem não aumenta salário mínimo não consegue aumentar os outros salários", explica.
"Nos próximos quatro anos a ideia é estar na média da UE, ou seja, os salários têm de subir em 20%", defende, contestando ainda a ideia de que “as empresas vão à falência com o aumento dos salários”.
Com um “aumento de 40% do salário mínimo e de 25% do salário médio no país, a verdade é que as empresas aumentaram o investimento e as exportações”, diz ainda António Costa.
Rui Rio, por sua vez, volta a criticar a política económica do Partido Socialista, dizendo que este se encontra "muito à esquerda, a empobrecer o país e a pagar salários de miséria".
Da perspetiva do líder do PSD, aumentar o salário mínimo por decreto, de forma sistemática e sem cuidar do aumento do salário médio, "é um erro e uma política económica insustentável", acrescentando que, se chegar a primeiro-ministro, haverá aumentos salariais, com base "na inflação e nos ganhos de produtividade".
Critica ainda a mediana dos salários portugueses, que considera a "segunda pior" da Europa. "Depois admiramo-nos que as pessoas emigrem", atirou.
Costa insistiu em mostrar o OE para 2022, que levou consigo para o debate. "A seguir à descoberta do caminho para a Índia deve ser a coisa mais importante do país", ironizou, por sua vez, Rui Rio.
Em relação aos aumentos dos salários da função pública, o líder do PS afirma que "a massa salarial na Administração Pública este ano vai subir 3%, porque a atualização salarial segue a regra que fixámos. (...) Depois está previsto, acabámos com congelamento das progressões”, remata.
António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, protagonizam esta quinta-feira o único debate a dois antes das legislativas de 30 de janeiro, que está a ser transmitido pelas três televisões generalistas.
Há dois anos, na pré-campanha para as legislativas de 6 de outubro de 2019, os líderes dos dois maiores partidos tiveram um debate semelhante, organizado e transmitido por RTP, SIC e TVI (visto por 2,66 milhões de portugueses), e protagonizaram também um confronto radiofónico, transmitido pela Antena 1, Rádio Renascença e TSF.
O ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022 levou à marcação de eleições antecipadas para 30 de janeiro, encurtando em quase dois anos a legislatura.