12 jan, 2022 - 21:06 • Tomás Anjinho Chagas
André Ventura começou o debate a explorar as fragilidades do CDS e lembrou as últimas sondagens. “A queda do CDS começa quando o CDS se esquece quem é”, diz o líder do CHEGA.
“André Ventura não é da minha direita”, respondeu Francisco Rodrigues dos Santos. O presidente do CDS aproveitou os minutos seguintes para fazer a distinção entre os dois partidos. “Somos uma direita que não é racista. Que não aceita penas de morte. Que não transige nos valores fundamentais da Igreja. Que não é uma Joacine ao contrário como André Ventura. Somos a direita de todos os portugueses”.
A troca de insultos pautou todo o debate. André Ventura contra-atacou “é uma direita mariquinhas”, referindo-se ao CDS. O líder do CHEGA lembrou depois que o PSD rejeitou ir coligado com os centristas para estas eleições. “Isto não é uma direita, não é nada. Isto é a bengala rejeitada do PSD”.
Em mais de 30 minutos, foram poucas as ideias que foram debatidas. Os dois divergiram ainda mais quando o tema era o acolhimento de refugiados por parte da Europa. Francisco Rodrigues dos Santos trouxe o problema para cima da mesa: “o André Ventura fala dos refugiados, (...) exorciza os medos para ser ouvido”. O presidente dos democratas-cristãos lembra a posição defendida pelo Papa Francisco, que defende que os países ocidentais não devem fechar portas aos que procuram paz. André Ventura respondeu, dirigindo-se a Francisco Rodrigues dos Santos: “mete-os na tua casa”.
Os dois líderes trocaram ainda acusações sobre as propostas rejeitadas no Parlamento, entre elas, as que previam um corte no preço das portagens ou da eletricidade.
Durante todo o desenrolar do debate, os dois candidatos atropelaram-se várias vezes, e as acusações estenderam-se até ao futebol. Francisco Rodrigues dos Santos acusou André Ventura de só ser “contra a corrupção quando não são os amigos dele”, e lembrou o apoio do presidente do Chega a Luís Filipe Vieira. Ventura respondeu: “quando quiser falar de futebol, falamos”, e recordou o cargo de vogal que Francisco Rodrigues dos Santos exerceu nas listas de Frederico Varandas, presidente do Sporting.