17 jan, 2022 - 17:31 • Filipa Ribeiro
O segundo dia de campanha do CDS começou com uma visita às instalações da PSP em Portalegre. Francisco Rodrigues dos Santos quis conhecer no terreno quais as dificuldades das autoridades de segurança. O líder do CDS afirmou não ter dúvidas de que é preciso mais investimento.
À saída da reunião com a PSP que durou pouco mais que uma hora, reforçou três pontos fundamentais: a melhoria das condições salariais nas forças de segurança, a valorização das autoridades e o aumento do número de efetivos. O CDS propõe a contratação de mais 9 mil reforços e a elaboração de no quadro do código penal de um crime de ofenda à integridade física das forças de segurança.
Francisco Rodrigues dos Santos lembrou que o CDS sempre defendeu as forças de segurança e, sem mencionar diretamente o partido Chega, deixou o recado de que “não vai deixar que outros partidos se apropriem das políticas do CDS”.
Mas os recados não ficaram por aqui no que toca ao interesse pelas forças de segurança. Francisco Rodrigues dos Santos acusou o antigo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de ter ajudado a piorar a situação no sector da segurança pela falta de investimento, ao ter contratado nos últimos três anos apenas 10% dos 10 mil novos efetivos que tinham sido prometidos.
Apesar de reconhecer que o partido vai ter dificuldades em eleger na região do Alentejo e que “ser centrista em Portalegre é um ato de coragem", Francisco Rodrigues dos Santos acredita que o CDS vai conseguir “um resultado histórico”.
Depois de um almoço em Évora, junto ao centro histórico da cidade, o líder do CDS aproveitou para reforçar que o partido está pronto para contrariar as sondagens que têm sido publicadas. “As sondagens são encomendadas e feitas para o sistema”, acusou.
O líder do CDS disse ainda que o apoio a candidatos independentes seja sinónimo de falta de pessoas no partido. Francisco Rodrigues dos Santos justifica as mudanças e as novidades da lista de candidatos com “a necessidade de refrescar a política”. O líder centrista reforça “que a política é uma missão e não uma profissão”.
Os cabeças de lista do CDS em Portalegre e Évora, são independentes. Em Portalegre, no topo da lista de candidatos centristas está Bruno Baptista – empresário. E em Évora, a atual reitora da Universidade, Ana Costa Freitas é a principal candidata pelo CDS.
Um dos alvos de Francisco Rodrigues dos Santos esta campanha é o PAN. O presidente do CDS não deixa dúvidas: “O partido não fará entendimento com o PSD num governo que inclua o PAN”. Para o líder do CDS, o PAN é “um partido terrorista” por colocar no mesmo nível as pessoas e os animais e por desrespeitar dois terços do país que se dedica ao sector da produção alimentar.
Durante o almoço em Évora que contou com a participação de pessoas ligadas ao mundo rural, o presidente do CDS reforçou que é necessário apoiar os sectores produtivos e não atacar o mundo da agricultura, Francisco Rodrigues dos Santos acusa o PAN de querer tornar Portugal “num país de tofu com políticas de beringela”.
Para o líder do CDS, “o PAN está a desrespeitar dois terços do território que se dedica a práticas comerciais que alimentam famílias”.
O segundo dia de campanha do CDS contou com o apoio de alguns membros da Juventude Popular, ainda assim em número reduzido. Apesar disso, Francisco Rodrigues dos Santos terminou o segundo dia confessando que está “motivado para estas eleições legislativas”.
O CDS retoma a caravana da campanha amanhã, depois de uma noite de debate nas televisões. O partido prepara-se para viajar até ao Algarve, onde fará um jantar comício, em Albufeira.