19 jan, 2022 - 18:36 • José Pedro Frazão
O antigo ministro da Educação David Justino rejeita uma revolução no setor caso o PSD seja Governo.
O PSD defende a introdução de exames finais e de aferição no final de cada ciclo de ensino, mas isso não significa mudar tudo na Educação, afirma David Justino em declarações ao programa Casa Comum, da Renascença.
"Fazer uma revolução completa das bases fundamentais do sistema educativo por cada ministro que aparece é uma peditório para o qual não dou e o PSD não está disponível para isso.”
O “vice” do PSD defende que “qualquer medida que seja tomada tem que partir da avaliação da situação existente”.
“Não poderemos aqui andar a fazer constantes revoluções. O sistema de ensino não vive de revoluções, vive de continuidade das políticas e de alguma estabilidade", sublinha.
No programa Casa Comum desta semana, David Justino mostra-se muito preocupado com o impacto da pandemia de Covid-19 nos alunos, apesar do esforço de professores e escolas.
"O plano de recuperação de aprendizagens deu em nada. As escolas têm feito um esforço enorme no sentido de recuperar as aprendizagens dos alunos, mas o plano não existe e não está a ser aplicado. Há sim boa vontade por parte dos professores e das escolas.”
A atuação do Ministério da Educação “tem sido de uma enorme irresponsabilidade. É nessa perspectiva que digo que vamos ter a geração pior preparada e que vai carregar com esse défice durante longos anos", alerta o antigo ministro da Educação.
Se o PSD for Governo, David Justino defende que é preciso criar uma via verde para passar professores para os quadros e tornar a profissão mais aliciante.
"Vamos ter que reduzir o número de professores contratados de forma a permitir que eles entrem de forma mais acelerada nos quadros para lhes garantir maior estabilidade. Não havendo essa estabilidade na carreira, nota-se que ninguém quer ir para professor. Sou professor do ensino superior numa faculdade que também forma professores e cada vez temos menos alunos que querem ser professores", afirma.
Já o secretário-geral adjunto do PSD, José Luís Carneiro, considera que os governos do PSD desmoralizaram os professores.
"Foi o Governo do PSD que disse aos professores para emigrarem, que aumentou o número de alunos por turma reduzindo a necessidade de professores”, argumenta o “número dois” socialista.
“Isso levou a que muitos tivessem abdicado da sua motivação para prosseguirem o ensino como vocação do exercício dessa atividade profissional como também uma redução de professores que reduziu a resposta para alunos com necessidades educativas especiais", lamenta José Luís Carneiro.