22 jan, 2022 - 16:48 • Lusa
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O dirigente socialista Pedro Nuno Santos afirmou este sábado que, se o líder social-democrata, Rui Rio, acha que ele é um "papão", então vote em António Costa para evitar uma alegada radicalização à esquerda do PS.
"Se o doutor Rui Rio acha que eu sou um papão, então só tem uma solução: votar em António Costa", afirmou Pedro Nuno Santos, com o líder socialista a seu lado a reagir com uma gargalhada. .
No frente a frente televisivo com António Costa, o presidente do PSD advertiu que o atual primeiro-ministro pode não formar Governo mesmo em caso de maioria relativa do PS, dando então lugar a Pedro Nuno Santos, que classificou como fazendo parte de uma ala radical à esquerda.
O também ministro das Infraestruturas e da Habitação falava aos jornalistas durante uma arruada na marginal de Espinho, onde acompanhou o secretário-geral do PS, António Costa.
Pedro Nuno Santos frisou que o "Governo tem objetivamente melhorado a vida das pessoas e aquilo que a direita e o PSD" prometem "é uma travagem brusca na melhoria das condições de vida dos portugueses". .
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Questionado sobre o seu futuro na liderança do PS, Pedro Nuno Santos respondeu: "Por amor de Deus, estamos numa campanha muito importante com o melhor político português a candidatar-se a primeiro-ministro. O que temos de fazer é assegurar uma grande vitória no dia 30".
À semelhança de António Costa, Pedro Nuno Santos também apelou a que os portugueses deem uma maioria absoluta ao PS, frisando que os portugueses entendem a necessidade "de uma maioria claramente reforçada" que dê estabilidade.
"Os portugueses não gostam de andarmos constantemente em eleições, e só há uma forma de nós conseguirmos garantir que o país tem estabilidade e que um Governo tem o período necessário para fazer o seu trabalho: é dando uma grande maioria ao PS, é para isso que nós estamos a trabalhar, todos concentrados".
Interrogado se uma "grande maioria" significa "maioria absoluta", Pedro Nuno Santos respondeu: "É maioria absoluta, é claro, é a maior maioria que nós pudermos ter, para podermos conseguir governar com estabilidade".
O secretário-geral do PS aproveitou a presença de Pedro Nuno Santos ao seu lado para marcar diferenças face ao presidente do PSD, salientando que gosta de trabalhar em equipa e não de excluir.
Costa respondeu que os avisos do PSD sobre uma radicalização dos socialistas à esquerda não passam de “histórias da carochinha”.
“Aquilo que verdadeiramente seria um papão era um país governado pelo doutor Rui Rio” contrapôs, numa alusão crítica à política económica preconizada pelo líder social-democrata.
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Depois, marcou diferenças face à forma como Rui Rio lidera o PSD: “Eu gosto de trabalhar em equipa e de ter os melhores na minha equipa”.
“Eu sou daqueles que gosta de integrar e não de excluir. Mas há outros que têm outro género, gostam mais de excluir do que incluir”, disse.
Pedro Nuno Santos, cabeça de lista do PS por Aveiro, tem sido apontado como um potencial candidato à sucessão na liderança dos socialistas, após António Costa.
Em Espinho, António Costa foi recebido por centenas de apoiantes socialistas. Desta vez, ao contrário do habitual, em que o cabeça de lista tem um papel secundário, além de Costa, gritou-se também Pedro Nuno.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS defendeu ainda que a sua lógica em termos de direção partidária, ou Governo, é a da inclusão.
“Gostamos de nos incluir uns aos outros, juntarmo-nos uns aos outros. E é por isso que damos força ao PS. E a força do PS serve para todos”, afirmou antes de se referir especificamente a Pedro Nuno Santos, antigo líder da JS e atual ministro das Infraestruturas e da Habitação.
“Gosto muito de ter o Pedro Nuno porque é um dos melhores que nós temos felizmente na nossa equipa. E é isso que contribui para o PS ser um PS forte e dar garantias aos portugueses que vamos poder continuar a avançar no próximo dia 30”, declarou.
Questionado se a nova geração de socialistas será mais à esquerda do que a atual, António Costa respondeu: “A nova geração do PS será o que a nova geração do PS entender”.
“No PS, temos sempre o hábito de sermos um partido plural, onde temos naturalmente cada um a sua sensibilidade. Mas temos um grande sentido de equipa. E, ao contrário de outros que não gostam aqueles que não pensam exatamente como nós, no PS, pelo contrário, gostamos desta diversidade, que é isso que assegura a pluralidade - e isso é a grande força do PS”, acrescentou.
Numa ação de campanha em que teve a presença da dirigente socialista e ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, António Costa teve também ao seu lado deputados pelo círculo de Aveiro como Porfírio Silva, Filipe Neto Brandão ou Cláudia Cruz Santos.
Uma vez mais, o líder socialista atacou a política económica baseada nos baixos salários, modelo que atribuiu ao presidente do PSD.
“A ideia do doutor Rui Rio de que a economia cresce com base nos baixos salários é a de uma economia que já não existe no mundo desenvolvido, designadamente no mundo europeu. A nossa ideia é a aposta nas qualificações dos portugueses para termos uma economia mais competitiva”, contrapôs.