25 jan, 2022 - 00:20 • Cristina Nascimento
É quase em casa que se despede deste papel que lhe coube nos últimos dias. João Oliveira, cabeça de lista da CDU pelo distrito de Évora, passou esta segunda-feira pelos caminhos de Beja. Na terça entra em ação o outro João, o Ferreira, que esteve afastado das lides da campanha devido à Covid-19. João Oliveira volta a concentrar os seus esforços em Évora, até porque deseja alcançar a sua sexta eleição para deputado do Parlamento.
Para trás fica uma semana em que Oliveira foi o principal rosto da CDU. Questionado sobre se faz sentido saltar de João para João até ao regresso de Jerónimo de Sousa, apontado para quarta-feira, Oliveira recorre às analogias futebolísticas.
“Não passa pela cabeça de ninguém dispensar um nº10 [atacante] como é o meu camarada Jerónimo de Sousa numa campanha eleitoral. A partir do momento que ele está em condições de participar nessa campanha eleitoral, nós queremos contar com ele de volta. Aliás, tive até oportunidade de dizer que a substituição pela que nós mais ansiávamos era a minha e a do João Ferreira pelo Jerónimo novamente”, diz.
Nova pergunta. Questionado sobre se gostou da experiência de ser a figura principal da CDU, João Oliveira chuta para canto. “Não procurei fazer de secretário-geral, procurei dar o meu contributo na medida em que pude para garantir o cumprimento da agenda que estava programada”, diz.
Após nova insistência, Oliveira reconhece que este jeito de fazer campanha “é uma experiência muito diferente daquela que tenho tido”, explicando que, como costuma ser eleito pelo distrito de Évora tem-se concentrado mais nos problemas desse distrito.
Mas acrescenta: “confesso uma coisa, que não é propriamente novidade. Os problemas que encontramos Évora, Beja, Faro não são muito distintos dos que encontramos em Aveiro ou noutros sítios”.
Os jornalistas fazem novo remate. Será que Oliveira, no futuro, gostaria de assumir a tempo inteiro a liderança do partido. O comunista rodeia a resposta até que repete “essa questão não está colocada”.
Mas e afinal, gostou da experiência? “Cumpri esta responsabilidade da melhor forma que soube e pude, não é uma questão de gostar ou deixar de gostar. Fiz um esforço para cumprir com os objetivos que havia”, remata.