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Legislativas 2022

PSD acusa PS de degradar SNS e promete acesso "a tempo e horas" com recurso ao privado

25 jan, 2022 - 20:43 • Lusa

Em seguida, as propostas do PSD para este setor foram apresentadas pelo deputado Ricardo Batista Leite, cabeça de lista às legislativas de domingo pelo círculo de Lisboa, que resumiu desta forma o objetivo deste partido: "Redesenhar o sistema de saúde, com o SNS como coração desse sistema, e olhar para o sistema como um todo".

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O PSD acusou esta terça-feira o PS de ter degradado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e propôs "redesenhar o sistema", com recurso ao privado e instituições sociais, prometendo acesso aos serviços "a tempo e horas" para todos.

Durante uma sessão temática sobre saúde, em Faro, o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que em Portugal "a sociedade começou a degradar-se em muitos patamares, está mais enquistada, tudo funciona pior", e que "se há setor da vida nacional que o PS degradou foi justamente o SNS".

Em seguida, as propostas do PSD para este setor foram apresentadas pelo deputado Ricardo Batista Leite, cabeça de lista às legislativas de domingo pelo círculo de Lisboa, que resumiu desta forma o objetivo deste partido: "Redesenhar o sistema de saúde, com o SNS como coração desse sistema, e olhar para o sistema como um todo".

Batista Leite sustentou que atualmente o SNS "não está a funcionar" e deixa sem resposta quem não tem seguros ou ADSE para recorrer ao privado, acusando o PS de ter criado "um serviço de saúde para ricos e um serviço de saúde para pobres".

"As pessoas que estão doentes ligam para o médico de família que não existe, ligam para o centro de saúde, não atende, ligam para o SNS24 que não funciona. Alguém que está doente, o que é que faz? Vai a um serviço de urgência que é a única porta aberta. Portanto, é um sinal daquilo que não está a funcionar", disse.

O PSD quer uma "mudança de modelo", com aposta nas unidades locais de saúde (ULS), em que, "se for necessário investir numa determinada área onde não existe a resposta pública", os respetivos gestores "tenham a autonomia e a capacidade de intervenção para fazer as parcerias com as instituições particulares de solidariedade social (IPSS), com o setor privado, sem tabus, garantindo uma resposta a tempo e horas com qualidade para todos", adiantou.

"Não é algo novo, já existe na lei, já existem até sete ULS, mas nós queremos garantir a sua expansão pelo território nacional", referiu.

Batista Leite defendeu que Portugal tem de assumir as suas limitações económicas e "utilizar com muita inteligência e com enorme capacidade de gestão todos os recursos que existem" no território nacional.

"Não há tabus ideológicos connosco. Nós temos uma prioridade, que é garantir que os portugueses tenham acesso de qualidade à saúde a tempo e horas e faremos isso com todos os recursos que existem no território nacional", reforçou.

O deputado destacou a proposta que consta do programa do PSD de atribuir aos portugueses sem médico de família "um médico assistente", com recurso ao setor privado e ao setor social, até 2025/2026, quando estimou que haverá "o número de médicos de família suficientes para garantir a cobertura a toda a população".

Batista Leite prometeu também que o PSD irá "garantir condições para os profissionais, para os conseguir reter, para os conseguir atrair", embora sem explicar como, apontando como inaceitável que haja "uma enfermeira a trabalhar há 20 anos no SNS a ganhar pouco mais de 900 euros líquidos".

O social-democrata apontou igualmente como inaceitável que haja pessoas que não conseguem pagar todos os medicamentos de que necessitam. "É algo que é digno do terceiro mundo e que nós não podemos aceitar", declarou, sem avançar propostas concretas para pôr fim a essas situações.

Batista Leite realçou, por outro lado, a proposta do PSD de permitir que "quando o hospital não responde a tempo e horas as pessoas possam ir ao privado" para consultas e exames, como acontece com cirurgias.

Em matéria de cuidados primários, o cabeça de lista do PSD por Lisboa referiu que o seu partido propõe as unidades de saúde primárias (USF) "como o modelo universal em todo o território nacional" e criticou a atual coexistência das USF com as unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP), considerando que resulta em "portugueses de primeira e de segunda".

Rui Rio afirmou querer "implementar na sociedade portuguesa e principalmente na governação um maior rigor, por contraponto ao facilitismo que normalmente é a governação socialista", com "uma atitude reformista".

Segundo o presidente do PSD, no setor da saúde "é preciso gestão, é preciso planeamento, é preciso acabar com tabus ideológicos".

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