26 jan, 2022 - 00:04 • Cristina Nascimento
No Centro Cultural de Samora Correia, concelho de Benavente, o músico que foi aquecendo "os camarada"s ainda deu o tom contra os problemas da geringonça. “Esta é das velhas, no início funcionava, depois começou a dar problemas”, dizia, enquanto ajeitava o travessão na viola.
Feitas as introduções musicais, subiu ao palco António Filipe, cabeça de lista pelo distrito de Santarém. Depois de lembrar as várias lutas que os comunistas têm levado a cabo, virou a agulha para a direita.
“Rui Rio diz que não quer formar governo com o partido da extrema-direita, mas, em boa verdade, não se incomoda se puder governar com o seu apoio”, começa por dizer.
Depois, sobe de tom: “Não se pode normalizar esta força política em nome da democracia. Rui Rio e o PSD estão a normalizar um partido que é uma aberração em democracia: racista, xenófobo, saudosista do fascismo e que faz da campanha eleitoral um palco para o discurso de ódio”, acuou, sem nunca referir explicitamente o partido de André Ventura.
Seguiu-se João Ferreira, naquela que será, previsivelmente, a sua última ação de campanha como rosto principal da CDU, face ao anunciado regresso ao terreno do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
Ferreira começou por dirigir palavras de alento, garantindo que o “resultado da CDU ainda está em construção” e considerando que a “campanha está em crescendo”. Depois, repetiu os ataques a Rio, desta vez pegando pela política salarial.
“Rui Rio veio ontem lamentar-se de o acusarem de não querer subir o salário mínimo nacional e veio dizer que, para ele, não é possível viver com dignidade com 700 ou 800 euros por mês. Que rematada hipocrisia”, assegura, lembrando que foi a bancada do PSD que “votaram contra a possibilidade de aumentar o salário mínimo nacional”.