28 jan, 2022 - 23:40 • Susana Madureira Martins
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Num pavilhão Rosa Mota, no Porto, à pinha, António Costa a ouvir de Francisco Assis que, apesar das "divergências" que tem tido com o líder do PS, não havia outro lugar para estar nesta última noite de campanha. "Onde havia de estar senão aqui?", questionou o presidente do Conselho Económico e Social (CES).
Assis, que ficou de fora das listas do PS para estas eleições legislativas, disse do líder socialista que "o país não pode prescindir de um primeiro-ministro como António Costa" e que são precisas "pessoas que estejam à frente da Europa que tenham esta experiência".
O presidente do CES assumiu as dores e as políticas do governo socialista, dizendo que há "ambição do crescimento da economia e há condições para crescer mais", referindo que a subida do Salário Mínimo Nacional se tratou de "uma questão de dignidade e o PS percebeu isso".
Na intervenção imediatamente antes da de Costa, o ex-líder parlamentar socialista assumiu-se "certo" que o partido vai "claramente ganhar as eleições do próximo domingo", falando de "horas difíceis".
Costa tomou então a palavra perante as centenas de apoiantes que encheram o pavilhão para dizer que entrou "nesta campanha eleitoral de consciência tranquila" e que sai "dela revigorado para recomeçar a trabalhar na segunda-feira".
António Costa atirou à sala o clássico slogan de Mário Soares: "quanto mais a luta aquece mais força tem o PS", referindo que "é assim que tem sido esta campanha" e que "os que achavam que estava cansado", pelo contrário, deram-lhe "mais energia".
O líder do PS a alertar mais uma vez que "o país não pode andar de eleições de dois em dois anos" e que é preciso focar agora "no essencial, concentrar energia na recuperação da crise sanitária, social, porque há mais vida para além desta pandemia", referindo ainda que o "voto no PS é o único voto certo e seguro. É o único que está em condições de dialogar com todos".
Aqui, Costa puxa dos galões da tradição histórica do PS, a "centralidade política" que o partido detém e que faz dele o que está em "melhores condições para negociar em concertação social". Ali, com o presidente do CES à frente na plateia disse mesmo que "se conseguimos negociar ao nível europeu, havemos de conseguir negociar aqui".
E logo depois veio a tese sobre a possibilidade do Chega poder vir a integrar um governo, garantindo como tem feito nos últimos dias que "connosco não há equívocos na linha vermelha inultrapassável" que constitui o partido de André Ventura. "O perigo não é de vir uma nova ditadura", diz Costa, mas quando estes partidos "começam a influenciar os partidos democráticos", numa referência implícita ao PSD.