30 jan, 2022 - 22:38
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Catarina Martins assumiu, este domingo, que o Bloco de Esquerda (BE) saiu derrotado das eleições legislativas e manifestou pouca esperança em ter influência no Governo face à possível maioria absoluta do PS.
Questionada sobre uma eventual aliança à esquerda, nas primeiras declarações a seguir à divulgação das previsões dos resultados, a coordenadora do BE garantiu que o partido continuará a sua luta.
"O Bloco de Esquerda nunca faltará ao seu mandato nem à sua palavra, mas ao que tudo indica o PS terá uma maioria absoluta", salientou.
Para Catarina Martins, esta foi uma derrota do Bloco de Esquerda também pelo previsível terceiro lugar do Chega. A coordenadora deixou uma mensagem clara ao partido liderado por André Ventura.
"Este é também um mau resultado por causa do resultado que teve a extrema-direita e o Chega e devemos abordar isso com clareza. Cada deputado racista eleito no Parlamento português é um deputado racista a mais e cá estaremos para os combater todos os dias", declarou.
Puxando a fita atrás, Catarina Martins iniciou o seu discurso com assunção de derrota: "O resultado do BE é um mau resultado. É uma derrota e, neste partido, encaramos as dificuldades tal como elas são."
"A estratégia do PS de criar uma crise artificial para gerar uma maioria absoluta terá sido bem sucedida. Convivemos com uma campanha muito difícil, com uma bipolarização falsa e de enorme pressão que gerou o voto útil e prejudicou os partidos à esquerda. É um momento difícil e um resultado com que saberemos viver e a que saberemos responder", afiançou a dirigente bloquista, nestas declarações aos jornalistas.
Questionada sobre o seu futuro, face a esta derrota, Catarina Martins puxou dos galões, recordando que também já teve bons resultados, e assegurou que o BE "assumirá todas as suas responsabilidades":
"Já tivemos bons resultados e maus resultados. Já estive em campanhas com bons e maus resultados. O BE tomará as suas decisões, que caberão aos seus militantes. A atual direção cá estará para assumir as suas responsabilidades. Nunca foi na sequência de resultados eleitorais que o BE decidiu a sua direção. Tomaremos todas as decisões que os militantes do BE achem por bem tomar, na vida normal do partido."
Por último, Catarina Martins rejeitou que o chumbo ao Orçamento do Estado tenha sido uma má estratégia eleitoral.
"Nós não chumbámos o Orçamento do Estado por nenhuma tática eleitoral. Chumbámos sabendo que corríamos riscos eleitorais, mas com a convicção profunda de que agravava a situação do Serviço Nacional de Saúde e de quem vive do seu trabalho. Sempre fomos muito claros sobre isso. O facto de termos um mau resultado eleitoral não nos leva a acreditar que o Orçamento era bom. Não era", sublinhou.