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Cinco gráficos para compreender a noite eleitoral

31 jan, 2022 - 03:18 • Inês Rocha , Joana Gonçalves

Os dez partidos da Assembleia da República passam a oito. O PS ganha a tão desejada maioria absoluta mas a esquerda perde força no Parlamento. Saiba o que mudou na Assembleia da República com as eleições deste domingo.

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Com as eleições deste domingo, os dez partidos da Assembleia da República passam a oito.

A votação fez desaparecer os grupos parlamentares do CDS-PP e do Partido Ecologista os Verdes (PEV).

O PS ganha a tão desejada maioria absoluta, mas a esquerda perde força no Parlamento, com uma queda brusca do Bloco de Esquerda e do PCP. Chega e Iniciativa Liberal reforçam a posição no Parlamento e ganham grupos parlamentares.

Com 41,6% e quando ainda falta apurar quatro deputados, esta é a menor maioria absoluta das quatro da história da democracia em Portugal. Cava Silva conseguiu 50,2% e 50,6% em 1987 e 1991; e José Sócrates 45,3% em 2005.

CDS obtém pior resultado de sempre

Pela primeira vez em democracia, o CDS-PP fica fora do Parlamento. O partido tem vindo a perder deputados desde 2011, mas nestas eleições foi de vez: com apenas 86,6 mil votos (1,61 %), os democratas-cristãos não conseguiram eleger qualquer deputado.

Francisco Rodrigues dos Santos anunciou a sua demissão como presidente do CDS.

PS ganha, mas direita sobe

Apesar da vitória clara do PS nestas eleições, os partidos da direita ganham terreno em relação às últimas legislativas, passando a ocupar 41,7% dos lugares no Parlamento.

O PSD piora os resultados de 2019, elegendo apenas 76 deputados - o que leva Rio a admitir a demissão - mas o crescimento do Chega (12 deputados) e da Iniciativa Liberal (8 deputados) dá mais força à direita no Parlamento do que em 2019.

BE sofre queda brusca, PCP continua tendência de descida

Depois de eleger 19 deputados, tanto em 2015 como em 2019, o Bloco de Esquerda sofre uma grande queda, nestas eleições, elegendo apenas cinco deputados.

É o partido a registar uma queda mais acentuada nestas eleições, tendo perdido 14 lugares no parlamento.

Já o PCP continua a tendência de descida que tem registado desde 2015 e perde metade dos seus deputados, obtendo apenas seis assentos parlamentares.

Abstenção desce pela primeira vez desde 2005

A abstenção baixou pela primeira vez desde 2005, para 42%.

A pandemia de Covid-19 não demoveu os eleitores de votarem, pelo contrário: taxa de abstenção foi mais baixa nos concelhos onde foram registados mais casos de covid-19 nas últimas semanas, segundo dados do portal EyeData.

Neste portal, os resultados eleitorais por concelho são divididos em três. Nos 105 concelhos onde a abstenção foi mais elevada foram registados, entre 13 e 26 de janeiro de 2022, 5.744 casos de covid-19 por cada 100 mil habitantes, face à média nacional de 6.401 casos.

"Bloco Central" cresce

Com a maioria absoluta do Partido Socialista e a queda dos partidos de esquerda, o número de deputados nos dois maiores partidos, PS e PSD, cresce face aos últimos anos.

111 mil protestos, metade dos registados nas últimas eleições

Se os votos brancos/nulos fossem um partido, teriam melhor resultado do que o CDS-PP ou o PAN. Somados, os dois tipos de votos que não contam para a abstenção mas que também não ajudam a eleger ninguém, chegaram aos 111 mil.

De acordo com os dados oficiais, mais de 61 mil pessoas votaram em branco nas eleições legislativas e os votos nulos foram superiores a 49 mil.

Ainda assim, tudo somado, são metade dos nulos e brancos contabilizados em 2019.

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