01 fev, 2022 - 18:47 • Susana Madureira Martins
Verdadeiro construtor das vitórias internas de Rui Rio à frente do PSD, Salvador Malheiro pede tempo a quem quiser liderar o partido, considera que "é importante fazer as coisas com calma" e que exista "um período de reflexão muito aturado", que começa já na quinta-feira com a reunião da comissão política nacional do partido.
O vice-presidente social-democrata, em declarações à Renascença, considera que ter um novo líder do PSD já em Abril "é cedo" e pede que o partido se entenda numa "candidatura única", rematando com um "vamos ver se é possível".
Em primeiro lugar, para Malheiro, "há que assumir a derrota" e a partir daí "desencadear um processo de reflexão interno" e "no seu devido tempo um processo que conduza a novas eleições internas para escolher um novo projecto político e um novo líder".
Apesar da ambiguidade de Rio na noite eleitoral sobre o seu próprio futuro, para Malheiro ficou claro que o líder do partido não vai ficar à espera de nenhuma vaga de fundo para continuar no cargo e que "ficou por demais evidente" que "não está apegado ao poder e deixou claro que irá deixar a sua função no partido".
Tendo isto como certo, e apesar de querer uma candidatura única à liderança, o vice-presidente do partido encharca o espaço social-democrata de nomes que podem suceder a Rio.
Fala de Luís Montenegro "um nome incontornável pela sua experiência política, pela sua maturidade, pelo facto de o partido o conhecer", mas ressalva que "resta saber se ele está disponível" e diz que não se "importa nada de falar também de Jorge Moreira da Silva e de Paulo Rangel, todos eles são figuras que poderiam ser presidentes do partido".
A questão é saber se estas "figuras do partido que também têm essas condições poderão estar disponíveis também ". Certo para Malheiro é que ele próprio estará lá para "ajudar como militante de base e de forma desinteressada" quem se candidatar.
Malheiro é um verdadeiro homem do aparelho, um organizador nato e mesm o saindo de cena fica claro que irá ter um papel na construção de uma nova liderança, "sempre de forma incógnita e tentando fazer pontes, nada mais", garante.
Miguel Pinto Luz, vice-presidente da câmara de Cascais e que já concorreu à liderança do partido não é referido por Malheiro, mas é um dos que está à espera que a poeira assente e, sobretudo, à espera que Luís Montenegro diga o que tem a dizer depois da aproximação a Rio no congresso e na campanha eleitoral.
A todos os que tiverem a candidatura à liderança na mente, Malheiro diz que é "importante ter todos os militantes e estruturas locais em torno de um projecto que unificador" e que para isso é "necessário que surjam personalidades do partido que tenham dimensão política nacional, disponibilidade e humildade".
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