03 fev, 2022 - 07:19 • Lusa
A Comissão Política Nacional do PSD vai reunir-se, esta quinta-feira, para analisar os resultados das legislativas, num encontro de onde poderá sair a convocação do Conselho Nacional e dar um primeiro passo para a substituição do presidente Rui Rio.
Na noite de domingo, Rui Rio abriu a porta à saída da liderança do PSD, cargo que ocupa desde janeiro de 2018, caso viesse a confirmar-se a maioria absoluta do PS nas eleições legislativas (o que aconteceu), considerando que dificilmente seria útil nessa conjuntura, sem, contudo, verbalizar explicitamente a sua demissão nem adiantar que passos iria dar internamente.
Na quarta-feira, no final de uma audiência com o Presidente da República, Rio recusou-se a adiantar mais antes da discussão interna de hoje no partido, mas deu a entender que o processo poderá demorar alguns meses, já que assegurou que, além de tomar posse como deputado, irá estar “de certeza absoluta” como presidente do PSD na discussão e votação do Orçamento do Estado de 2022, que dificilmente estará concluído antes de março/abril.
“No Orçamento de 22 eu vou estar de certeza absoluta, eu já disse que não sou de espetáculos, não contem que na quinta diga que me vou embora e na sexta já não estou cá”, avisou.
Hora da Verdade
Deputado do PSD nas duas últimas legislaturas, Ped(...)
Questionado como viu o seu vice-presidente Salvador Malheiro apontar Luís Montenegro como alguém com boas condições para lhe suceder como presidente do PSD, Rio respondeu: “Ver, não vi, mas contaram-me. Tudo aquilo que tem a ver com a vida interna do partido deverá ser debatido, na minha opinião, dentro do partido”.
“É isso que vou fazer a partir de amanhã [quinta-feira], espero que todos façam o mesmo em nome da dignidade do próprio partido para dar uma imagem madura e adulta sem grandes histerias”, afirmou, num aparente conselho de ‘recato’ aos dirigentes do partido.
Rui Rio prometeu que, no final da reunião, que terá lugar, a partir das 15h00, num hotel em Lisboa, responderá a todas as perguntas sobre a vida interna do partido.
Na reunião da CPN, deverá estar em cima da mesa a marcação de uma reunião do Conselho Nacional, o órgão máximo entre Congressos, e o único que pode convocar novas eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD e um Congresso.
Miguel Pinto Luz foi o único a falar publicamente, dizendo que o PSD precisa de fazer uma reflexão “séria e profunda” e não “um desfile de protocandidatos”, remetendo para depois da discussão na CPN qualquer declaração sobre uma eventual candidatura, que já protagonizou em 2020.
Luís Montenegro, que também foi candidato na mesma ocasião, e Paulo Rangel, que disputou as diretas de novembro passado, têm-se mantido em silêncio, bem como Jorge Moreira da Silva, que ponderou no ano passado concorrer à liderança do PSD, mas acabou por não avançar.