03 fev, 2022 - 20:30 • André Rodrigues
O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou, esta quinta-feira, que não será candidato às próximas eleições diretas do partido, que serão antecipadas.
“Está claro que não sou candidato nas próximas diretas”, disse o líder social-democrata, após a reunião da Comissão Política Nacional, onde foram analisados os resultados das legislativas de 30 de janeiro, que deram a maioria absoluta ao PS.
Nesse quadro, Rio repetiu o que já tinha dito no discurso em que assumiu a derrota eleitoral: “o meu mandato tem mais dois anos”, mas “não vejo utilidade nenhuma em prosseguir, quando não há objetivo nenhum”, pelo que caberá ao Conselho Nacional “decidir a antecipação dessas eleições”.
Rio diz que se mantém no cargo “pelo sentido de responsabilidade”: “não vou embora zangado com toda a gente (…) acho que o razoável é o partido resolver a questão dentro do prazo razoável. Antes das férias isto tem de estar resolvido”, ou seja “no primeiro semestre” do ano.
“Eu não abandono. Acho que o razoável é o partido resolver este assunto no primeiro semestre, até ao início de julho. Se quiserem antecipar ainda mais pode-se antecipar ainda mais”, afirmou o líder cessante do PSD, no final da reunião da Comissão Política Nacional que durou mais de quatro horas.
O mandato de Rui Rio só deveria terminar em dezembro de 2023, mas o líder do PSD não vê como pode ser útil ao partido após a derrota para o PS nas legislativas.
Neste cenário, Rio não será recandidato nas próximas eleições diretas, cuja marcação remeteu para o Conselho Nacional do partido, que se irá reunir em 19 de fevereiro, em Barcelos.
“O Conselho Nacional deverá decidir a data em que quer realizar as próximas diretas, que terão de ser antecipadas e, em minha opinião sem ter de andar a fazer isto à pressa, deverão estar resolvidas no primeiro semestre deste ano, o mais tardar no início de julho”, reforçou.
Rio salientou que o tempo que falta até às próximas legislativas é mais do que o mandato que já leva como presidente do PSD, quatro anos.
“Se eu admitisse ser outra vez candidato a primeiro-ministro, podia fazer esse caminho de cinco anos. Não havendo nenhum objetivo a prosseguir, o Conselho Nacional deverá decidir a antecipação dessas eleições”, afirmou.
Questionado se algum candidato lhe pediu para ter mais tempo para se reorganizar, Rio assegurou que ninguém lhe pediu nada.
“Sou eu a dizer com equilíbrio, sensatez e sentido de responsabilidade e não faz sentido sair em 30 dias e resolver isto de qualquer maneira”, afirmou.