09 fev, 2022 - 17:51 • Lusa
O histórico dirigente do PCP Jaime Serra morreu esta quarta-feira, com 101 anos, anunciou o Comité Central do partido, que recordou uma vida "dedicada à luta contra o fascismo, pela liberdade e a democracia".
"O Secretariado do Comité Central do PCP informa, com profunda mágoa, do falecimento hoje, dia 9, aos 101 anos de idade, de Jaime Serra, um dos mais destacados dirigentes do PCP, que dedicou toda a sua vida à luta da classe operária, dos trabalhadores e do povo português. Uma vida dedicada à luta contra o fascismo, pela liberdade e a democracia, por uma sociedade nova, o socialismo e o comunismo", dá conta um comunicado do partido.
Jaime Serra nasceu em 1921 em Alcântara, Lisboa, e tinha completado 101 anos em 22 de janeiro. Era militante do PCP desde 1936 e em 1937, com apenas 15 anos, "foi preso pela primeira vez", de acordo com o partido.
Em 1940, Jaime Serra começou a trabalhar como operário traçador naval no Arsenal do Alfeite, em Almada (distrito de Setúbal), onde trabalhou durante sete anos, passando à clandestinidade em setembro de 1947.
Foi membro do Comité Central do PCP entre 1952 e 1996. Em junho de 1962 auxiliou a saída clandestina do país de Agostinho Neto e Vasco Cabral. Entre 1971 e 1974 fez parte da direção da Ação Revolucionária Armada (ARA).
O histórico dirigente comunista foi deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República pelos círculos eleitorais de Coimbra e Setúbal até 1963.
O PCP informou ainda que o corpo de Jaime Serra estará em câmara ardente na sexta-feira, a partir das 16:h0, na Casa Mortuária da Igreja S. Francisco de Assis, Av. Afonso III (Alto S. João), realizando-se o funeral no sábado.
O presidente da Assembleia da República apresentou “sentidas condolências” à família do histórico dirigente comunista Jaime Serra, recordando a vida dedicada à “luta contra o fascismo”.
“Foi com tristeza que tomei conhecimento do falecimento, aos 101 anos, de Jaime Serra, histórico militante do Partido Comunista Português”, referiu Eduardo Ferro Rodrigues, através de uma nota enviada aos órgãos de comunicação social.
“Aderiu ao PCP com apenas 15 anos, tendo sido preso pela primeira vez um ano depois, em 1937. Foi a primeira de várias prisões a mando da Ditadura do Estado Novo. Em 1960, participaria na histórica fuga de Peniche, com outros dirigentes comunistas, como Álvaro Cunhal”, lembrou.