09 fev, 2022 - 13:51 • Susana Madureira Martins
Ficou de fora das listas para as legislativas e ainda antes de o Parlamento arrancar os trabalhos da próxima legislatura, Tiago Sousa Dias apresentou a demissão de secretário-geral do Chega nesta quarta-feira, usando as redes sociais para fazer o anúncio, já depois de ter comunicado a decisão a André Ventura.
Num texto publicado na rede social Facebook, Sousa Dias fala de "discordância" e de "assunção da responsabilidade pessoal de ser consequente com ela", acrescentando que não abdica "da liberdade" de pensar por si e de apenas se "dedicar ao que verdadeiramente" o motiva.
O até agora dirigente do Chega não explica as razões da discordância – diz apenas que "quando discordo, digo-o. Quando concordo também". E diz que esta é a "primeira e primária forma de ser leal", num remoque implícito à direção de Ventura.
Sousa Dias revela ainda que a "discordância não se prende com a essência deste partido" e que "é pura, objetiva e bem delimitada", garantindo que "não há dramas. Não há gravidades. Não há querelas pessoais". Esta é uma forma de dar "sem atrapalhar o trabalho principal".
A publicação surge no último dia de contagem de votos das eleições legislativas, sendo que esta semana estão a ser apurados os círculos da Europa e Fora da Europa. Tiago Sousa Dias refere que é a vez de dar "espaço a que outros, mais enquadrados no espírito e na missão designada, possam simplesmente dar mais" ao partido do que o ex-dirigente admite que "conseguiria neste momento".
Sousa Dias assume que não sai do partido, irá continuar como militante do Chega e avisa que não respeitará "quem não respeitar" a sua "liberdade". Tudo isto numa publicação que surge no dia em que a direção do partido já fez saber que André Ventura irá prestar declarações aos jornalistas no Parlamento "sobre vários assuntos", após a conferência de líderes que irá decorrer nesta quarta-feira à tarde.