14 mar, 2022 - 23:24 • Susana Madureira Martins
Ao seu estilo e sem travão, Ribau Esteves resumiu o que pensa do ex-líder da bancada do PSD e do eventual avanço deste para uma candidatura à liderança do partido: "Luís Montenegro pertence ao passado, não pertence ao futuro do PSD, não é uma carta noca não é uma carta livre, não é uma carta inovadora".
Está dito e feito o resumo por um dos apoiantes de Rui Rio, com Ribau a jogar em casa, no distrito de Aveiro e a fazer declarações aos jornalistas logo à entrada do Conselho Nacional que decorre esta segunda-feira no Centro de Artes de Ovar, numa reunião que deverá aprovar o calendário das eleições diretas de 28 de maio e o Congresso para 1, 2 e 3 de julho, no Porto.
Com o líder ausente do Conselho Nacional por estar infetado com Covid-19, a despesa pública da casa e as críticas aos críticos da direção nacional ficaram a cargo do presidente da Câmara de Aveiro, que não se esgotaram em Montenegro. Também Miguel Pinto Luz foi alvo de Ribau Esteves por não participar na reunião e não se dispor à discussão.
Sobre o vice-presidente da câmara de Cascais, o autarca de Aveiro lamentou que até agora se tenha disposto a discutir "muito pouco" sobre o partido, preferindo "estar na Polónia ou na Roménia ou lá onde é que ele anda a fazer coisa nenhuma em vez de estar aqui connosco a trabalhar".
Ainda sobre Montenegro, que não faz parte do Conselho Nacional, mas que pode participar como observador, Ribau Esteves disse que "toda a gente que queira vir pode vir como observador e alguém que está a ponderar ser candidato a líder devia ter estado no Conselho Nacional de Barcelos, devia estar aqui connosco", lamentando o que considera ser "o mais triste silêncio".
Sobre si próprio, Ribau afirmou que foi "dos muito poucos que procurou estimular o debate", acusando que "anda gente escondida, se o PSD continuar o jogo escondido vai por um mau caminho", numa nova bicada a Montenegro, que tornou a despachar com um "seguramente aqueles que se vão apontando como líderes quase certos do futuro são um retrocesso grave e este silêncio de um mês e meio é muito mau para o PSD".
O autarca de Aveiro refere que está "nos últimos dias" da ponderação sobre se avança ele próprio com uma candidatura para a liderança do partido, prometendo que a campanha interna que apoiar "tem de fazer uma campanha que não dependa financeiramente de ninguém".
Quem também está a ponderar se avança ou não com uma candidatura à liderança é Pedro Rodrigues, antigo presidente da Juventude Social Democrata (JSD), que esta segunda-feira assumiu isso mesmo ao jornal Observador, sendo que à entrada do Conselho Nacional manteve a dúvida com um "vamos ver".
Puxando dos galões, Pedro Rodrigues foi dizendo que no momento em que entender que é "o militante do PSD em melhores condições em liderar o partido e que em conjunto com os militantes e com os autarcas do partido" está "em condições de restaurar a confiança dos portugueses no PSD", aí garante que não hesitará "um segundo" e que não quer "ser político de bancada".
Tal como todos os protocandidatos à liderança do PSD - de Montenegro a Pinto Luz, passando por Paulo Rangel - também Pedro Rodrigues joga xadrez com o tempo e que "esperar pelas próximas semanas" e "ver como desenrolam os próximos acontecimentos", prometendo fala "sobre isso em breve".
Para já, diz o ex-líder da jota "o mais importante é aproveitar o período que passou desde as legislativas para que o partido faça uma reflexão profunda sobre as razões estruturais que levaram ao divórcio profundo do PSD com a sociedade portuguesa". Para o deputado social-democrata "esse debate não tem sido feito", esperando que o partido o possa "fazer até às eleições diretas"